Ao mais azedo tunante da blogosfera deu-lhe, na sua tarefa doentia das quinta-feiras, para cItar passagens do editorial do «AVANTE !» (a que chamou «comicamente impagável») sobretudo aquelas em que se refere, quanto à campanha de Francisco Lopes, como «uma campanha sem paralelo no contacto directo com os eleitores , na mobilização, no esclarecimento» (mas é mentira ?), em que o candidato «com um desempenho notável, conferiu uma elevação e um conteúdo assinaláveis» (mas não é verdade ?).
Mas o autor do post é no respectivo título que nos conta onde quer chegar, escrevendo assim: «Os dentes do eleitorado é que não merecem nozes tão roliças».
Tratando-se de um confesso e empenhado apoiante de Manuel Alegre, o menos que se pode dizer é que isto é o que se chama falar de corda em casa de enforcado. Na verdade, vir falar dos «dentes do eleitorado» e de «nozes» a respeito do resultado de Francisco Lopes é coisa de quem só vê o argueiro no olho alheio e não vê a a enormíssima tranca no seu. Um quebra de 1,4 pontos percentuais de Francisco Lopes por relação com Jerónimo de Sousa há cinco anos dão direito a isto mas já não passa pela cabeça do tunante falar de uma quebra de 20 pontos percentuais de Manuel Alegre em relação ao que deveriam render os apoios partidários que desta vez tinha.
E depois há ainda uma coisa que merece registo: é que eu vi vários bloggers comunistas a referirem objectivamente o resultado de Manuel Alegre ou a para ele darem uma explicação política mas não vi nenhum dos mais responsáveis ou qualificados a amesquinhar Alegre ou as forças que o apoiaram por isso.
Em resumo, o tunante achou rídiculas ou exageradas as passagens que citou do editorial do «AVANTE!». Mas então o que não deveria ele dizer do artigo de Helena Roseta hoje no Público sobre Manuel Alegre que é todo ele um hino às sementes de futuro que esta candidatura teria deixado ?