30 de outubro de 2010

Paulo Varela Gomes e o passo seguinte

Hoje, também no "Público" volta ao tema, regista as imensas cartas  de apoio que recebeu, até aqui nada demais,  mas sobretudo dá um grave passo que, bem vistas as coisas, não era díficil prever viesse a seguir à declaração acima citada. 
Com efeito, depois de perguntar «o que é a oposição», Paulo Varela Gomes responde ele próprio (sublinhados meus, outra vez): «O CDS já esteve no poder algumas vezes.  A esquerda parlamentar tornou-se a esquerda mansa e respeitável das «alternativas e das «propostas», talvez convencida de que parecendo ter  «soluções», ganha votos, e de que esses votos a aproximam um centímetro que seja do poder.  É uma  esquerda que acabou tão identificada com o regime que parece ter-se esquecido de que o seu lugar tradicional é na rua , e a sua atitude histórica é a do confronto».
Aqui chegado, torna-se para mim  absolutamente evidente  e cristalino que o radicalismo emocional e desesperado da primeira citação estava mesmo a exigir a amálgama injusta e desonesta entre partidos  e sobretudo uma falsificação de todo o tamanho sobre as orientações e concepções do PCP sobre o qual faltará saber se já não terá havido tempos anteriores em que Paulo Varela Gomes o terá considerado um mero partido de protesto, tribunício e de agitação social.
Dito isto, não vejo espanto nenhum que Paulo Varela Gomes tenha recebido muitas cartas de apoio. Em situações económicas e sociais como as que se vivem apelar ao grito de alma individual e  ao radicalismo verbal mas inconsequente é fácil, não exige muito e dá certamente muitas cartas recebidas.
E, sobretudo, o que me parece imperdoável é este amesquinhamento por Paulo Varela Gomes das forças e corpos de convicções que, de facto, são indispensáveis para a mudança e a ruptura necessárias.
Além do mais, Paulo Varela Gomes que desculpe qualquer coisinha, mas eu, sendo favorável a um imenso alargamento da base social da luta contra esta política ( e designadamente com vista à greve geral de  24/11), não confio propriamente na chamada «classe média» como principal força propulsora da luta pois é historicamente conhecida a volatilidade dos seus humores e a inconstância dos seus objectivos políticos.

26 de outubro de 2010

O Cubana Flight 455, Posada Carriles, Yoanni Sanchez e direitos humanos

Cubana Flight 455
(segundo Wikipédia)

Le Vol Cubana 455 était un Douglas DC-8 appartenant à la compagnie aérienne Cubana et qui explosa en plein vol le 6 octobre 1976 cinq minutes après avoir décollé de la Barbade, dans un attentat commis par l'anti-castriste Luis Posada Carriles. L'explosion causa 73 morts.
Des documents de la CIA rendus publics en 2005 ont montré que l'agence de renseignement américaine avait été informée[1] que Posada préparait une attaque contre un avion cubain, sans qu'elle participe pourtant à l'élaboration de ce projet[2].
Quatre personnes ont été arrêtées suite à l'acte terroriste : Freddy Lugo et Hernan Ricardo Lozano, condamnés à 20 ans de prison ; Orlando Bosch, acquitté en raison d'irrégularités techniques dans la présentation des preuves contre lui (non-traduction en espagnol des documents apportés). Il a été libéré après onze années de détention provisoire, le gouvernement vénézuélien n'ayant pas épuisé toutes les possibilités d'appel, et vit aujourd'hui à Miami) ; Luis Posada Carriles, qui s'échappa de prison et se trouve actuellement aux États-Unis.
Parmi les victimes se trouvaient notamment les 24 membres de l'équipe cubaine d'escrime de 1975 (qui venait de remporter les championnats d'Amérique centrale et des Caraïbes), ainsi que diverses personnalités politiques cubaines (dont Manuel Permuy Hernández, directeur de l'INDER, Institut National des Sports; Jorge de la Nuez Suárez, secrétaire en charge de la pêche à la crevette ; Alfonso González, Commissaire national des sports à arme à feu; ainsi que Domingo Chacón Coello, fonctionnaire du ministère de l'Intérieur), cinq officiels de Corée du Nord ainsi qu'un caméraman coréen.
Lugo et Luzano ont été libérés en 1993 et résident désormais au Venezuela.



Passagem sobre este assunto
da entrevista (de muito proveitosa
leitura) de Yoanni Sanchez
ao jornalista francês Salm Lamrani
 
SL - O que acha de Luis Posada Carriles, ex-agente da CIA responsável por numerosos crimes em Cuba e a quem os Estados Unidos recusam-se a julgar?
YS - É um tema político que não interessa às pessoas. É uma cortina de fumaça.
SL - Interessa, pelo menos, aos parentes das vítimas. Qual é seu ponto de vista a respeito?
YS - Não gosto de ações violentas.

25 de outubro de 2010

Tunes, Yonni Sanchez, Fariñas e uma comparação

Um dos maiores tunantes da blogosfera nacional, talvez a maior câmara de eco nacional da blogger cubana Yoanni Sanchez oferece-nos hoje aqui a última crónica da jovem dama que, surprise, é dedicada à atribuição do Prémio Sakharov ao seu compatriota Guillermo Fariñas.

Acontece que, lá para o fim do texto, referindo-se a Fariñas, Y. Sanchez atribui-lhe «Uma lhaneza que nem os microfones de todos os jornalistas que o entrevistaram nestes dias, nem as luzes das câmaras conseguiram mudar.»

Resolvi tirar-me das minhas tamanquinhas e perguntar ao meu pai que foi um combativo resistente antifascista se, no tempo do fascismo, as pesonalidades da oposição democrática também davam muitas entrevistas a jornalistas estrangeiros.

De sobrolho carregado e a estranhar o porquê agora da pergunta, respondeu-me em curto duas coisas:

- uma é que os jornalistas estrangeiros, salvo alguma honrosa excepção, nunca mostraram particular interesse por entrevistarem nem mesmo as figuras mais destacadas, e na legalidade, da oposição democrática;

- e a outra é que, ainda que assim não fosse, seria completamente impensável que a PIDE consentisse qualquer corropio de jornalistas e de câmaras de televisão erstrangeiras na residência de qualquer dessas personalidades democráticas portuguesas.

Moral da história:  em regime de self-service.

24 de outubro de 2010

E porque não para a guerrilha já e em força ?


Esta rapaziada sabe perfeitamente que não há nenhumas condições objectivas e subjectivas para que atitudes deste tipo possam ser seguidas por centenas de milhar de trabalhadores e cidadãos portugueses, sobretudo quando se sabe que, para a maioria, até a perda de salário por um dia de greve faz diferença no quadro de aperto e aflição económica em que vivem, para já não falar do milhão de precários.

Assim sendo, o que parece é que entrámos no campeonato do radicalismo e que há quem escreva e apoie estas coisas só para ficar na fotografia como o mais teso, o mais firme, o mais corajoso, o mais radical e o mais revolucionário.

Não queria ficar mal nesta fotografia. E, por isso, aqui anuncio que, por mim, até estou disposto a iniciar a guerrilha na Serra da Estrela, inspirado na percursora Helena Matos nos idos de 1975. O bom do Paulo Varela Gomes e o menos bom do Miguel Serras Pereira podem inscrever-se através do telefone móvel 962 345 989.

Para ilustração dos blogues para quem a Colômbia se resume a Ingrid Bettancourt, Clara Rojas ou reféns das FARC

The United States vs. Rito Alejo del Río
Ambassador Cited Accused Colombian General's Reliance on Death Squads
"Systematic" Support of Paramilitaries "Pivotal to his Military Success"
Infamous General a "Not-So-Success" Story of U.S. Military Training
National Security Archive Electronic Briefing Book No. 327
Posted - September 29, 2010 no sítio do National Security Archive





Washington, D.C., September 29, 2010 - The U.S. ambassador to Colombia reported in 1998 that the "systematic arming and equipping of aggressive regional paramilitaries" was "pivotal" to the military success of Gen. Rito Alejo del Río Rojas, now on trial for murder and collaboration with paramilitary death squads while commander of a key army unit in northern Colombia.
The Secret "Biographic Note" from Ambassador Curtis Kamman is one of several documents published today by the National Security Archive pertaining to Del Río, whose trial resumes this month after years of impunity and delay. The documents are also the subject of an article published today in Spanish at VerdadAbierta.com, the leading online gateway for information on paramilitarism in Colombia. The article was also published in English today on the Web site of the National Security Archive.
"The collection is a unique and potentially valuable source of evidence in the case against Del Río, reflecting years of reports linking the senior army commander to paramilitarism," said Michael Evans, director of the Archive's Colombia Documentation Project. "As Del Río's trial resumes, the court should examine the contemporaneous accounts of U.S. officials who were required by law to monitor and certify Colombia's human rights performance."
Other revelations include:
  • The U.S. embassy takes a favorable view of Col. Carlos Alfonso Velásquez, who called for an investigation of Del Río's ties to paramilitary groups, noting that his statements "add credibility to our human rights report."
  • A report on a conversation with Col. Velásquez, who told U.S. military officials that cooperation with paramilitaries "had gotten much worse under Del Río."
  • Documents reporting conspicuous increases in anti-paramilitary operations after Del Río's transfer out of northern Colombia. The embassy said it was "more than coincidental that the recent anti-paramilitary actions have all taken place since the departure from northern Colombia of military personnel believed to favor paramilitaries."
  • The embassy notes a disturbing instance of possible military-paramilitary complicity in a paramilitary attack outside Bogotá just weeks after Del Río took command of the nearby military brigade.
  • The shifting U.S. opinion about Del Río is clearly evident in two U.S. military reports from early 1998. In the first, Del Río, who attended the U.S. Army School of the Americas, is lauded as a U.S. military training "success story." But a second, corrected, report from March 1998 lists Del Río instead as a "not-so-success" story, citing his alleged paramilitary ties.
Transcrito isto, nenhuma ilusão me assalta.
A Colômbia continuará a ser um
dos assuntos que melhor exprime
uma «defesa dos direitos humanos»
feita por muitos blogues mas
marcada por uma geografia variável.

23 de outubro de 2010

O que o água lisa, o vias de facto, o brumas, o jugular e companhia nunca vos contarão


Los medios tapan el “ridículo Twitter” de Yoani Sánchez

22 Octubre 2010 Por José Manzaneda,
coordinador de Cubainformacion


El pasado 5 de octubre, decenas de medios internacionales de prensa, entre ellos varias importantes agencias de noticias, recogían que la bloguera cubana Yoani Sánchez había denunciado el supuesto bloqueo, por parte del gobierno cubano, del sistema de mensajes mediante teléfono celular a la red social Twitter (1).
En varias de las notas, se incluía -como opinión cualificada- la denuncia en el mismo sentido de Tomás Bilbao, director del grupo de estudios “Cuba Study Group”, con sede en Washington, que comparaba la situación con la producida en Irán durante la llamada “revolución verde” (2). Ninguno de los medios, eso sí, mencionaban el detalle de que el citado Bilbao es un ex alto funcionario del gobierno de George Bush (3).
Días después, el gobierno cubano calificaba de “calumnia” la acusación de que estuviera limitando el acceso a las redes sociales en Internet (4).
Y finalmente, en un escueto comunicado, era la propia empresa Twitter quien aclaraba que ellos habían cortado el servicio (5).
Desde numerosos países del mundo, se pueden enviar, desde un teléfono móvil, mensajes para ser publicados en la red social Twitter, con solo marcar un número de 4 o 5 cifras (6). Estos mensajes son gratuitos, gracias a acuerdos existentes entre Twitter y diferentes compañías de telefonía. Pero en Cuba esto se complica debido al bloqueo de EEUU. Al estar prohibido cualquier acuerdo de la estadounidense Twitter con la telefónica cubana ETECSA, para enviar dichos mensajes desde Cuba se debe marcar un largo número de 12 cifras y además, pagar 1,20 dólares por mensaje, algo prohibitivo para los internautas cubanos que, al contrario que no estén, como Yoani Sánchez, financiados desde el exterior.
Unos días después, sin mayor explicación, Twitter anunciaba la reanudación del citado servicio en Cuba (7). Los medios de comunicación que acusan continuamente al gobierno cubano de ejercer el secretismo en la información, ni se molestaron en investigar qué había detrás del misterioso comunicado de Twitter, en el que la empresa justificaba la desconexión temporal del servicio indicando que habían “deshabilitado códigos ‘largos’ hasta saber más del uso de estos números”. Ningún medio de comunicación se molestó en dirigirse a Twitter para aclarar este turbio asunto.
Este caso es una muestra más del mensaje cínico acerca de la situación de Internet en Cuba (8). Mientras el bloqueo impide a la Isla la conexión a los cables de fibra óptica y reduce a un mínimo ridículo el ancho de banda de Internet para toda la población del país, el gobierno que lo impone, con la complicidad de los grandes medios y de un pequeño grupo de blogueros cubanos sostenidos por ambos, extienen por el mundo la idea de que es el gobierno cubano quien cierra Internet a su ciudadanía (9).
De nuevo la víctima se convierte en verdugo gracias al monopolio de la información. Mientras, los días pasan y los medios tapan con el silencio y nuevas mentiras contra Cuba este nuevo “ridículo Twitter” de la bloguera Yoani Sánchez.