19 de fevereiro de 2011

Importante aviso de Vicente Jorge Silva para um milhão e tal de trabalhadores precários



O mérito é todo do «entre as brumas da memória» que reparou no espesso da meia noite de ontem dedicado à canção dos Deolinda e da precariedade e assinalou uma tese  do inefável Vicente Jorge Silva que parece se apresentou como «precário» apesar de ser reformado e fazer uns biscates bem pagos. Aquele blogue faz link para o vídeo integral da SIC mas eu prefiro pôr aqui a fronha do Vicente a espalhar esta boa nova que encherá de felicidade e reconforto o  milhão e tal de precários que há em Portugal.

15 de fevereiro de 2011

Eh, eh, já ninguém se lembra que houve o «Talvez foder» do Abrunhosa




Não diminui em nada o mérito
dos Deolinda lembrar o que parece
estar esquecido,
a saber que, à beira do buzinão,
um canção anti-Cavaco
de Pedro Abrunhosatambém se transformou numa
canção-chave de um determinada
conjuntura sóciopolítica.

12 de fevereiro de 2011

Dia 22, quem me quer acompanhar ?


Eu tinha já visto frequentes anúncios na TV e fiquei tão comovido com o espírito democrático e patriótico deste banco que, com as mais generosas intenções, me dei ao trabalho de ir ao sítio da coisa. Foi aí que aprendi mais detalhadamente que  :



«Movimento Milénio é uma grande iniciativa nacional promovida pelo jornal Expresso e pelo Millennium bcp para a procura de respostas para o futuro, revelação de caminhos e tendências com verdadeiro impacto na vida dos portugueses.O mundo está a mudar rapidamente. Portugal não pode ficar parado.
Movimento Milénio lança o desafio a todos os cidadãos na procura de soluções para as grandes questões que vão definir e caracterizar a vida das próximas gerações de portugueses em quatro grandes áreas: Democracia, Negócios, Cidades e Consumo.
O ponto de chegada de todas essas ideias, projectos e visões futuristas é aqui, em www.movimentomilenio.com, a partir do dia 22 de fevereiro

O banco em causa pede-nos portanto que, interactivamente, a  partir de dia 22, lá despejemos ideias e projectos visionários para Portugal.

Estejam descansados que, por mim, não faltarei à chamada para este belo exercício de cidadania activa.

Sim, no dia 22, lá estarei a dar a minha contribuição manifestamente visionária expressa nestes termos:



«O futuro de Portugal exige
imperativamente que se
ponha termo a esta continuado
escândalo e ignomínia de os
bancos pagarem taxas reais
de IRC não só muito inferiores
às legais mas também muito
inferiores às que são aplicadas
no IRS dos trabalhadores
por conta de outrém»


Quem me quer acompanhar ?


11 de fevereiro de 2011

O que tantos estão querendo chutar para debaixo da carpete


Copiando e beneficiando do que aqui escreve um estimável blogger comunista (demasiado certinho e "nuançado" para o meu gosto mas isso é outra questão), a respeito de BE e PCP e moções de censura, só quero lembrar

as declarações
ao "Público" de dia 8
do lider parlamentar do BE,
José Manuel Pureza,
a propósito de uma possível
moção de censura do PCP:

«não nos colocamos na posição


de facilitar a vida

à direita portuguesa»
;

 
« derrubar este governo
para introduzir a revisão
constitucional do PSD
não é aceitável».



Vá lá, rapaziada, e agora
continuem a  assobiar para o lado.

9 de fevereiro de 2011

Ferreira Fernandes acha que os Deolinda são uns chorões e eu acho que ele é parvo



Em crónica hoje publicada no DN, e logo emocionadamente linkada por Fernanda Câncio no «jugular», o jornalista Ferreira Fernandes baba-se positivamente todo com a história da corajosa senhora de Northampton, Reino Unido  - Ann Timson - uma septuagenário que, face a um assalto a uma ourivesaria, fez frente sozinha aos assaltantes e os pôs em debandada. Só lhe faltou parafrasear o J.F. Kennedy sentenciando «não perguntes o que a tua rua pode fazer por ti, pergunta antes o que podes fazer pela tua rua».

Até aqui tudo bem, nada de mal que se registe ou louve a intrépida e porventura pouco comum atitude da querida septuagenária, eu não escreveria este post mesmo que, por absurdo, Ferreira Fernandes até fosse, caso extremo, um defensor dos métodos do famoso Dirty Harry in illo tempore protagonizado pelo Clint Eastwood.

Onde a porca torce o rabo e, mais  do que dar para desconfiar dá para perceber, é que Ferreira Fernandes tenha dado a esta crónica o título de «Vale mais que o choro dos Deolinda».Temos então que para este insigne jornalista, por sinal mais um que há trinta e tal anos era um impetuoso «revolucionário», a nova canção dos Deolinda é um  choradinho enquanto  a septuagenária inglesa essa não espera por novas e mandados, passa logo à acção usando o saco de compras como arma.

Não sei se Ferreira Fernandes terá medido bem o alcance da sua crónica e da conjugação com o título que lhe deu. Temo mesmo que o que ele tenha vindo involuntariamente sugerir é que 
está na hora de a geração de roubados e assaltados retratada na canção dos Deolinda passar a usar dos métodos da srª Timson contra os que os roubam e espoliam.

Mas aí talvez a crónica de Ferreira Fernandes já fosse outra...

6 de fevereiro de 2011

O inefável "Sol" do inesquecível arq. Saraiva pergunta e eu respondo de pronto


Será farsa ou realidade ?

Mas, meus queridos amigos, é
as duas coisas:
uma realidade que se tornou
numa farsa conveniente,
coisa aliás fequente
na vida política portuguesa.
E muito conveniente para o PS
e o PSD sobretudo porque pôs uma
data de imberbes da blogosfera
a suspirarem por círculos uninominais
e a desejarem muito essa patranha
da «aproximação dos deputados
aos eleitores».
Eles ainda não perceberam, ou então
até perceberam de mais, que ataques
à proporcionalidade significa que
alguns partidos passam a ter
mais deputados à custa dos votos
que foram recebidos por outros
partidos e que foram deitados
para o lixo.
E também ainda não perceberam
que, no meu círculo uninominal,
se aí ganhasse um deputado em
que eu não votei, eu não queria
nenhuma intimidade ou
proximidade com ele.
Queria era distância e
a maior possível.

3 de fevereiro de 2011

As estranhas maneiras de dizer de um editorial do "Público"

A respeito desta notícia, diz ideologicamente o editorial do «Público»: «(...) À margem de legítimas discussões ideológicas sobre a supremacia do sector financeiro sobre o sector produtivo, ou sobre a crescente disparidade das remunerações entre o capital e o trabalho, o bom desempenho da banca privada é uma boa notícia para o país (...)».

E assim  ficamos a saber que parece que o sector produtivo e as remunerações do trabalho são coisas de somenos se é que são país.

E ficamos sobretudo a saber que, quando se põe à margem o que à margem não pode ser posto, não é díficil descobrir boas notícias.

2 de fevereiro de 2011

Comunicado do Partido Comunista do Egipto de 1 de Fevereiro de 2011

The revolution will continue
until the demands
of the masses are achieved

The hour of truth is near and the decisive moment has arrived when the Egyptian people pronounce their final word asserting the need to bring down Mubarak and change his regime. It seems that the life of the regime of tyranny (..) especially that its American masters have taken their hands off in the wake of the continuing revolution of the people and its escalation everywhere in Egypt.

The millions of people who have come out today to demand the departure of Mubark will ensure the defeat of all the conspiracies of the dictator and his gang who aim to thwart the revolution and to circumvent it.

The agreement to form a committee that enjoys the confidence of the people and the demonstrators is a critical issue for achieving the political, economic and social demands of the revolution. And we stress the basic demands approved by the patriotic forces represented in the people’s parliament:

1 – The removal of Mubarak and the formation of a presidential council for a transitional period of specified duration.

2 – The formation of a coalition government that assumes the management of the country during the transitional period.

3 – To call for the formation of an elected constituent assembly to draft a new constitution for the country, based on the principle of the sovereignty of the nation and ensuring the devolution of power within the framework of a just democratic civil state.

4 – To prosecute those responsible for hundreds killed and injured among the martyrs of the Revolution and victims of security oppression, as well as prosecuting those responsible for plundering the wealth of the Egyptian people.

Long live the revolution of the Egyptian people

Cairo – 1st February 2011