28 de março de 2011

Alvíssaras para quem adivinhar quem escreveu



«(...)Ao deitar abaixo um governo atolado
nas contradições da crise das dívidas soberanas,
minoritário e forçado a constante negociação,
a esquerda defendeu é certo os seus puríssimos
princípios de intransigência política,
o que no fundo quer dizer nenhuma
capacidade de negociação nem foco em
medidas concretas que aliviem imediatamente
as angústias do povo, mas acabou por criar
uma oportunidade soberana para a direita mais radical,
com o seu vasto programa liberal para arrebatar o poder.(...)

Sim, queridos leitores, vamos lá adivinhar quem assinou esta imorredoura pérola.

Vitalino Canas ?
Vital Moreira ?
Augusto Santos Silva ?
Jorge Lacão ?
os «jugulares»?
os «corporativos» ? 

Frio, muito frio, gelado.
Quem escreveu isto foi o senhor dr.
Paulo Fidalgo,    excelentíssimo
Presidente da «Renovação»
(ai tanta!) Comunista»(ai tanto!)

25 de março de 2011

O íncrível acontece ou os cinco mandamentos

Na interminável galáxia que é a blogosfera, já li o suficiente sobre a rejeição do PEC IV para me parecer que  há pessoas, algumas certamente inteligentes e talentosas, alguns certamente bons chefes de família ou até sócios do Benfica que, nesta matéria, se orientam pelos seguintes cinco mandamentos:

O PS já ter governado com o CDS e com o PSD e ter passado
os últimos seis anos a fazer acordos com o PSD é coisa trivial e normal que não ofende os seus pergaminhos de esquerda e muito menos deslustra o seu passado, aliás porque este remonta apenas a Abril de 1973.


A grande novidade dos últimos dias não foi o PSD que,já tinha votado a favor de três PEC's,ter agora chumbado o quarto.


De facto, a grande novidade e escândalo  só pode estar no facto de o PCP que tinha combatido vigorosa e fundamentadamente os três PEC's anteriores ter agora também votado contra o quarto, convergindo com a direita (e com o PE e o PEV) e a direita convergindo com ele na aprovação de uma alínea que rejeitava o PEC IV.
O  passado de um partido salvaguarda-se e respeita-se renegando convicções, rasgando coerentes bandeiras de luta, desistindo dos seus próprios projectos e, melhor ainda, transformando-se nesta altura na muleta do PS que até o PSD se cansou de ser.


Quem não aceitar ou contestar estes anteriores mandamentos é porque não vê para além da sua tribo política ou então está possuido por uma doentia aversão ao excelso carácter político de José Sócrates.

Tudo visto, é bem possível que, direitos de autor a  Vasco Pulido Valente, o mundo esteja perigoso. Mas, aqui  mais de perto, o que acho é que há pensamentos e critérios políticos
que estão de pernas para o ar.


19 de março de 2011

Começou ataque militar ocidental à mais pujante democracia do Médio Oriente: a Arábia Saudita


Julgo não ser necessário dizer que
esta agressão
merece uma severa condenação
e que os governantes sauditas
merecem uma forte solidariedade
de todos os amantes da liberdade. 

Ou será que fiz alguma confusão ?

17 de março de 2011

Sensacional :Taimane Gardner tocando Bach e "Eleanor Rigby" em ukelele !




Na Wikipedia:
O ukulele é um instrumento musical de cordas beliscadas, semelhante a um violão, mas menor. Tem apenas 4 cordas usualmente afinadas em , mi, e sol, sendo a corda sol mais aguda que a dó. O ukulele, também muitas vezes chamado erroneamente de guitarra havaiana, tem origem em dois instrumentos tradicionais da Ilha da Madeira (Portugal). O machete madeirense (também conhecido por braguinha, que por sua vez tem origens no cavaquinho português) e o rajão (viola de cinco cordas da Madeira), que foram levados pelos madeirenses, nomeadamente João Fernandes, quando estes emigraram para o Havaí para trabalhar no cultivo da cana-de-açúcar naquelas ilhas. Ukelele significa "pulga saltadora" no idioma havaiano.

13 de março de 2011

O "jugular" e a manif. ou voando sobre um ninho de cucos


Embora se trate da pequena  história da filhadaputice, é com muita honra e orgulho que aqui transcrevo, sem comentários, dois «posts» do «jugular», esse ninho de cucos do  socratismo mais vendido e mesquinho.


Sábado, 12.03.11
não era bem assim (o slogan)
Whatever...

*****************
Domingo, 13.03.11

Vem viver a vida amor"
Ana Vidigal
mãezinha mãezinha olhe a avó ao lado do xico skinhead
mesmo debaixo do cartaz dos recibos verdes



E, pronto, eu sei que a ideia
é inviável mas a maior maldade 
que os blogues de esquerda podiam
fazer ao pessoal do «jugular»
era reproduzirem, como eu fiz,

estes dois «posts».

11 de março de 2011

A não perder: Michael Moore com os trabalhadores em luta no Wisconsin, EUA.



Aqui na revista The Nation:

"You will live in the history books!” Michael Moore shouted from the rotunda of the state Capitol to the thousands of Wisconsin workers, teachers and their allies who had come Saturday to protest against Governor Scott Walker’s assault on public sector unions and public services. Speaking without a microphone, in a voice that was worn but enthusiastic after addressing tens of thousands of protesters outside the Capitol, Moore told the crowd inside: “You have inspired so many people. You have inspired the whole country. I just had to come and thank you.”
In response came the now familiar chants of “Thank you! Thank you!” that greet every speaker who gets what this uprising in Wisconsin is all about. 
And Moore does get it. He gets it in a fundamental sense, the sense of having waited a very long time for some mass of citizens, somewhere in America, to say: “We have had it!"
A dream deferred long enough can give way, even in the most optimistic and hopeful of Americans, to cynicism and despair.
Three weeks ago, the smart bet was that the economic powers that be would score another victory, perhaps their greatest victory of recent years, in the progressive heartland of Wisconsin. Walker had proposed to strip state, county and municipal workers, as well as teachers, of their collective bargaining rights. Union leaders and members were in shock. This was the most aggressive assault on the free speech and freedom of association rights of working people Wisconsin has ever seen. And it was the beginning of a national push to undermine the political power of unions to such an extent that the balance would permanently tip toward corporations, which were freed by the Supreme Court’s Citizens United ruling to spend whatever they like on the buying of election results. 
It wasn’t just the naïve and disconnected punditocracy that imagined Walker was certain to win the day. Many of the governor’s most ardent critics doubted that his move would stir much more than a moan of mixed indignation and resignation. Instead, the governor’s overreach was met with something unprecedented in recent American history: a push back from working Americans that developed into a movement that has stalled Walker’s initiative and, as Moore says, “aroused a sleeping giant—the working people of the United States of America.”
This is what matters about the uprising in Wisconsin. Working families were battered before Walker announced his plan. Working families will be battered no matter what happens in Wisconsin. Much is needed—the renewal of manufacturing towns, the restoration of rural communities, the re-establishment of progressive taxation and accountability for banks and speculators to balance budgets and usher in an era when government works for the people rather than billionaire campaign contributors. All of what must be accomplished is at the other end of the arc of history that is being bent in Wisconsin. 
But the arc has begun to bend toward justice. Something fundamental has shifted. And Moore came to Wisconsin because he recognizes how precious this moment is, not just in a political sense, not just in an economic sense, but in an emotional and idealistic sense. It is possible to believe again.
What Wisconsin has provided is a response to the closing scene of Moore’s remarkable 2009 documentary, Capitalism: A Love Story. After Moore has gone to Wall Street to try to get America’s money back, after he has marked off a “crime scene” where hundreds of billions of tax dollars were diverted to bail out the very banks and corporations that caused the financial meltdown of 2008, he speaks to the American people about how frustrating it is that such wrongdoing has not inspired an uprising on the part of working Americans. 
After recounting Franklin Roosevelt’s “Economic Bill of Rights,” and detailing the nation’s drift from FDR’s faith that America could be a just and democratic land, Moore details how the hedge fund managers and CEOs got bailed out while working Americans got layoffs and foreclosure notices. “I refuse to live in a country like this and I’m not leaving,” he says. “We live in the richest country in the world. We all deserve a decent job, healthcare, a good education, a home to call our own. We all deserve FDR’s dream. It’s a crime that we don’t have it. And we never will as long as we have a system that enriches the few at the expense of the many. Capitalism is an evil and you cannot regulate evil. You have to eliminate it and replace it with something good for all people… and that something is called democracy.” 
That’s the political point of Moore’s film, but he finishes on what is actually a more profound note. Worn and worried, he says: “You know, I can’t really do this anymore unless those of you who are watching in the theater want to join me. I hope you will. And speed it up!”
It took the better part of two years. But on the first cold Saturday of March 2011, Michael Moore stood before tens of thousands of public workers, teachers, farmers, students and their allies who had come to hear him attack the lie that “America is broke” with the truth: “The country is awash in wealth and cash. It’s just that it’s not in your hands. It has been transferred, in the greatest heist in history, from the workers and consumers to the banks and the portfolios of the über-rich.”
Speaking of the bankers, the speculators and the corporate CEOs, Moore said: “They have created a poison pill that they know you will never want to take. It is their version of mutually assured destruction. And when they threatened to release this weapon of mass economic annihilation in September of 2008, we blinked. As the economy and the stock market went into a tailspin, and the banks were caught conducting a worldwide Ponzi scheme, Wall Street issued this threat: either hand over trillions of dollars from the American taxpayers or we will crash this economy straight into the ground. Fork it over or it’s goodbye savings accounts. Goodbye pensions. Goodbye United States Treasury. Goodbye jobs and homes and future.…
“The executives in the board rooms and hedge funds could not contain their laughter, their glee, and within three months they were writing each other huge bonus checks and marveling at how perfectly they had played a nation full of suckers. Millions lost their jobs anyway, and millions lost their homes. But there was no revolt. Until now!” 
The look of delight on Moore’s face when he uttered those words, and the knowing roar of approval from the crowd, was the most powerful moment Saturday.
It was followed not by the poignant plea for engagement that closed Capitalism: A Love Story but rather by a celebration of the answer to that plea.
“On, Wisconsin!” Moore shouted. “Never has a Michigander been more happy to share a big, great lake with you! You have aroused the sleeping giant known as the working people of the United States of America. Right now the earth is shaking and the ground is shifting under the feet of those who are in charge. Your message has inspired people in all fifty states and that message is: we have had it!"
The crowd chanted: "We have had it! We have had it!" 
Moore continued: "We reject anyone who tells us America is broke and broken. It’s just the opposite! We are rich with talent and ideas and hard work and, yes, love. Love and compassion toward those who have, through no fault of their own, ended up as the least among us. But they still crave what we all crave: Our country back! Our democracy back! Our good name back! The United States of America. not the Corporate States of America. The United States of America!” 
“The United States of America!” “The United States of America!” “The United States of America!” came the response from the crowd. 
It was clear in that moment, that remarkable moment, that the American story of submission and surrender was done. Now, finally, the American story—not just the Wisconsin story but the American story—of the fight for a republic that might yet realize FDR’s dream of economic liberty has begun.
Michael Moore is not alone anymore when he says that he refuses to live in an America defined and deranged by banksters and crooked CEOs. Tens of thousands, hundreds of thousands, millions of Americans are coming, as their ancestors did, to the village green, to the city hall, to the Capitol Square and declaring: “We refuse to live in a country like this and we’re not leaving.”

6 de março de 2011

"Anacronismo quase centenário" disse o "Público" e zero, nicles, nada disse o "Diário de Notícias".


Neste domingo, 6 de Março, em que se completam os 90 anos de vida e de luta do PCP, vale a pena reparar no que vem no "Público" e no "Diário de Notícias".

Quanto ao "Público", talvez para compensar o espaço que dedicou às opiniões de 12 jovens comunistas, sentiu necessidade de, em editorial, classificar o PCP de «Anacronismo quase centenário", de insistir na velhíssima fábula de que «militar no PCP é, sobretudo uma questão de crença» e de se escandalizar por os jovens comunistas que foram ouvidos, pronunciando-se em curto sublinho eu, justificarem a sua militância «com razões que podiam ser invocadas pelos seus pais ou avós».

E, assim sendo, com este tronitruante "escândalo" do ou da editorialista do "Público", ficou eu a pensar na suprema ironia  que é imaginar que o autor ou autora do editorial se deve julgar uma mulher ou "homem novo" por comparação com os seus pais e avós.  

Já quanto ao "Diário de Notícias" de hoje é tudo muito mais simples: supondo eu que não é todos os dias que um partido português faz 90 anos, a verdade é que nele não encontro nem uma linha seja sobre o comício da Aula Magna seja sobre a efeméride em si mesma. Mas não desanimem os leitores deste «post»: entre outras relevantíssimas coisas, nas páginas de «política» do "DN" há espaço para uma página sobre Bagão Félix e Santana Lopes, outra sobre o livro «O Cão de Sócrates» e ainda um quarto de página com uma notícia intitulada «BE atento a protesto «à rasca»". Ah e  noutra secção do jornal, lá volta a preciosa informação de que Marcelo Rebelo  de Sousa só precisa de dormir três ou quatro horas, o que muita coisa deve explicar.  

Ora digam lá se tudo isto não é justo, bonito    e comovente !                                    

1 de março de 2011

Ó Isabelinha, a senhora nunca ouviu falar do «Spartacus» ?




Parece que Isabel Stilwell, uma senhora com ares de tia da Linha que dirige o Destak, afirmou no Prós e Contras da RTP/1 sobre a precariedade que «os escravos não organizavam protestos, nem iam para a rua, graças a Deus”.

Coitadinha, a pobre senhora até tem idade para ter alguma ideia de que há um filme do Stanley Kubrick, com argumento de Dalton Trumbo (da lista negra de Hollywood) chamado «Spartacus» e que relata precisamente a total e eterna resignação dos escravos em Roma e os seus métodos de luta absolutamente pacíficos e resignados.

E já agora porque é que a senhora resolveu misturar Deus com as suas palermices ?