11 de janeiro de 2011

Afirma o poeta: suspenda-se a campanha para que Cavaco faça o que Sócrates não quer fazer


Uma pessoa lê no  "Público"  que «Manuel Alegre exortou ontem Cavaco Silva a interromper a campanha eleitoral e a actuar como Presidente da República perante o agravamento da crise financeira que está a empurrar Portugal para um pedido de ajuda externa» nomeadamente para ir explicar lá fora a Sarkozy e Merkel que isso de mandar o FMI para cá é uma grande injustiça ( e eu que julgava que os PEC's todos mais o Orçamento já tresandavam a FMI !).
 

Ora, para além das questões de fundo, há nesta proposta  amadora e algo patética (com algum pesar o digo) um pequeno pormenor que  parece estar a ficar esquecido: é que Sarkozy é Presidente da França num regime presidencialista e tem  portanto numa matéria destas um estatuto de representação que o Presidente português não tem ;e, por outro lado, Angela Merkel é primeira-ministra  e o seu interlocutor natural seria José Sócrates que manifestamente  não está virado para a viagem que Alegre propõe a Cavaco Silva, se necessário estando o proponente de acordo com a suspensão da campanha eleitoral portuguesa.

Eu sei que muitos se vão rir ou desdenhar mas nem por isso posso aqui calar a minha convicção que uma bela e forte votação em Francisco Lopes no dia 23 será mais ouvida pelos famigerados «mercados», pela srª Merkel e pelo marido da Bruni do que qualquer viagem de Cavaco com guia de marcha  passada por Alegre.