19 de abril de 2011

É concerteza uma troika portuguesa !




No Twitter uma Fernanda Câncio «obamizada» escreve que, à saida da reunião com a troika, Paulo Postas, perdão, Portas esteve « c discurso irrepreensível».
Como os leitores vêem,
as coisas vão-se compondo.

Só não percebo é a admiração de um membro da troika portuguesa estar «irrepreensível» face a uma troika estrangeira.

13 de abril de 2011

Quando o Governo se transforma na Caritas dos banqueiros


Aqui, em gravação da TSF, fica-se a saber que, em entrevista à Reuters, Teixeira dos Santos admitiu com toda a naturalidade que parte do resgate financeiro pedido por Portugal venha a servir para ajudar a banca.

E aqui, coisa diferente, no DN online, leio que «SAÚDE -Utentes com mais de 419,22 euros/mês pagam ambulâncias . Os utentes cujo rendimento médio mensal "per capita" seja superior a 419,22 euros vão ter de pagar o serviço de transporte de ambulâncias, segundo um acordo alcançado segunda-feira entre o Ministério da Saúde e a Liga dos Bombeiros Portugueses

E, agora, se estão à espera que eu diga mais alguma coisa,nem pensem. Está tudo dito para quem tiver olhos na cara ou, pelo menos, para quem não tenha estado em Matosinhos a gritar vivas ao ADORADO E GRANDE LÍDER. 


4 de abril de 2011

Ao Bebiano escrever não custa; custa-lhe é informar-se e estudar !



No seu «terceira noite», Rui Bebiano referindo-se ao PCP e ao BE, pergunta:  «Que modelo de gestão do país propor quando até agora apenas se pensou e apresentou aquilo que se não queria, actuando politicamente na lógica quase exclusiva do protesto? O que estabelecer como propósito, em termos práticos e objectivos, no momento particularmente grave e crítico que vivemos, para resolver os problemas mais básicos do financiamento do Estado e do emprego?».

Eu não quero falar pelo BE mas sobre o PCP estou suficientemente informado para poder dizer que só pode escrever assim quem não se informa conscienciosamente, quem sobre o PCP só conhece títulos de jornais e que não tem nem um cisco de paciência para se inteirar de projectos de lei e outras propostas apresentadas na AR nem de muitas outras detalhadas e desenvolvidas intervenções sobre os principais problemas nacionais.

Não, não vou fornecer ao Bebiano nem uma cansativa lista de links nem de bibliografia.

Vou apenas propor-lhe que vá aqui ou compre a obra com os textos daquela Conferência do PCP, datada de 2007, onde mesmo folheando-a a vol d'oiseau terá a grata surpresa de descobrir a quantidade de sérios assuntos e problemas de que o PCP falou antes de ninguém, endividamento externo incluido.

Nessa Conferência, em Novembro de 2007, por exemplo, Octávio Teixeira afirmou:
«Uma análise séria da realidade económica do País mostra-nos que a questão nodal da economia portuguesa continua a ser o défice externo.
Primeiro, porque ele espelha as deficiências da nossa estrutura produtiva, a sua incapacidade para produzir um valor de bens e serviços suficiente para satisfazer as necessidades da sociedade portuguesa. E aí temos um défice da Balança de Transacções Correntes da ordem dos 10% do Produto, o que, neste âmbito e gravosamente, nos coloca no pelotão da frente dos 27 Estados da União Europeia.
Segundo, porque esse défice de produção significa menos possibilidades de emprego para os trabalhadores portugueses. E aí temos uma taxa de desemprego na ordem dos 8%, que não dá sinais de querer diminuir e igualmente nos coloca no pelotão da frente da UE.
E em terceiro lugar porque esse défice gera um crescimento permanente da dívida externa do País e, mais cedo ou mais tarde, essa dívida terá de ser paga. E se não o é com o aumento da produção, terá de o ser pela venda de activos nacionais, sejam eles empresas ou bens imóveis, ou através da redução do nível de vida da população portuguesa. E a dívida externa bruta do país tem vindo a aumentar a galope, com destaque para o endividamento do sistema bancário e os respectivos juros anuais são já equivalentes aos encargos totais com o Serviço Nacional de Saúde.»

Agora é só ver se, no seu «terceira noite», nessa época Rui Bebiano já tinha descoberto o problema do endividamento do país.

2 de abril de 2011

Vem aí o Congresso das inerências


Referindo-se ao Congresso do PS que se realiza no próximo fim-de-semana, referia tranquilamente o "Público" de 26 de Março:

«(....) Além da eleição do secretário-geral, os militantes socialistas vão também eleger até sábado 1841 delegados ao congresso do PS, que se realizará entre 8 e 10 de Abril, na Exponor, em Matosinhos.

Neste congresso, estarão ainda mais 700 delegados com direito de inerência, por desempenharem lugares em órgãos nacionais do PS, ou por serem militantes com funções políticas de destaque em autarquias, na Assembleia da República ou nos parlamentos regionais. »
Trata-se portanto de um Congresso partidário em que 39% dos delegados o são por inerência.

A notícia do «Público» não referia isso mas o «sem punhos de renda» apurou que, na redacção de «O Inimigo Público» consta a informação de que um grupo de actuais membros do PS (Pina Moura, José Magalhães, Osvaldo de Castro, Raimundo Narciso e outros) que já foram membros do PCP se prepara para divulgar o seguinte desabafo:

«Há limites para tudo. Nós não andámos,
no ínicio dos anos 90, a moer o juízo
à direcção do PCP por causa
de questões de democracia interna
para agora termos de gramar
um Congresso com 39% de inerências.
O que é demais também enjoa».