1 de dezembro de 2010

WikiLeaks ou como eu me lembrei dos irmãos Lumiére ou ainda como eu e Carmen fomos vingados pelo Julian Assange



Podem chamar-me calhandreiro ou declarar-me um irresponsável que não preza os superiores designios da segurança internacional (que, como é sabido, se confunde com  a segurança dos EUA), mas este caso da divulgação pela WikiLeaks de telegramas diplomáticos emitidos pelas embaixadas dos EUA no mundo, deu-me duas grandes satisfações.
A primeira deriva desde logo dessa coisa sensacional que é ver os maiores espiões do mundo a não gostarem de serem espiados o que, de imediato, me deu a vontade acima concretizada, de homenagear os irmãos Lumiére e o seu «L'arroseur arrosé».
A segunda é que, ao contrário da generalidade da imprensa, me lembrei de uma coisa chamada ECHELON que a Wikipédia descreve assim, para quem não se lembrar:

«Echelon est un nom de code utilisé pendant de nombreuses années par les services de renseignements des États-Unis pour désigner une base d'interception des satellites commerciaux. Par extension, le Réseau Echelon désigne le système mondial d'interception des communications privées et publiques (SIGINT), élaboré par les États-Unis, le Royaume-Uni, le Canada, l’Australie et la Nouvelle-Zélande dans le cadre du traité UKUSA.
Le réseau Echelon est géré conjointement par les services de renseignements des États membres du UKUSA :
  • la NSA (National Security Agency) pour les États-Unis qui en est le principal contributeur et utilisateur ;
  • le GCHQ (Government Communications Headquarters) pour le Royaume-Uni ;
  • le CST (Centre de sécurité des télécommunications) pour le Canada ;
  • la DSD (Defence Signals Directorate) pour l'Australie ;
  • le GCSB (Government Communications Security Bureau) pour la Nouvelle-Zélande.
C’est un réseau global, appuyé par des satellites artificiels, de vastes bases d’écoutes situées aux États-Unis, au Canada (à Leitrim), au Royaume-Uni (à Morwenstow), en Australie (à Pine Gap) et en Nouvelle-Zélande (à Waihopai), des petites stations d'interception dans les ambassades, et le sous-marin de classe Seawolf USS Jimmy Carter, entré en service en 2005 pour écouter les câbles sous-marins de télécommunications.
Il intercepte les télécopies, les communications téléphoniques, les courriels et, grâce à un puissant réseau d’ordinateurs, est capable de trier en fonction de certains termes les communications écrites et, à partir de l’intonation de la voix, les communications orales.»
Estação de intercepção do Echelon no Reino Unido

Ora acontece que eu e a minha namorada Carmen, uma espanhola inesquecível, nos sentimos hoje muito bem vingados graças ao senhor Julian Assange e à WikiLeaks.



É que, por causa do Echelon, em sms, telefonemas e mails, entre outras coisas de duvidoso gosto, ela tinha deixado de me chamar «meu binladenzinho querido», eu tinha deixado de lhe chamar «minha bomba gostosa» e ambos tinhamos deixado de mencionar as  saudades das nossas «explosões».

Ela está em Barcelona mas já combinámos uma grande festança sem a Dona Constança para celebrar,  em Madrid (a meio caminho, percebem), esta nossa saborosa vingança.