4 de novembro de 2010

ai tão enojados que eles estão !

No jugular Shyznogud  fala de «asco» e no vias de facto Miguel Cardina fala de «nojo» a propósito de um video em que uma advogada egipcia faz alegadamente a defesa da violação de mulheres israelitas como forma de resistência.
Em termos de rigor, começa por ser necessário esclarecer que os ilustres bloggers foram induzidos em erro pelo título do vídeo que diz que ela «sugere violação de mulheres israelitas» quando, na verdade, ela declara aos 1.19 minutos  que «os combatentes árabes não iniciariam tal coisa já que os seus valores morais são muito mais nobres». O que advogada de facto diz, e isso é sem sombra de dúvida condenável e reprovável, para além de promover o assédio sexual como forma de luta,  é que se isso acontecesse às mulheres israelitas não era mal feito porque, nas suas palavras, os israelitas violam a terra dos palestinianos.
Em resumo, lamentar ou condenar uma tal ideia é uma coisa e outra, bastante excessiva, tendo em conta o que a advogada de facto diz, é criar um grande escândalo e usar palavras como «nojo» e asco».
E permanece um interessante mistério saber porque é que estes bloggers resolveram dar tanta importância a estas declarações de uma desconhecida advogada egípcia quando não me lembro que alguma vez tenham colocado nos seus blogues vídeos com afirmações terroristas daquele Avigor Liebeman, ou lá como se chama, que é político israelita de extrema-direita e até foi ou ainda é ministro. E que também nunca tenha visto nestes blogues nenhum vídeo com aquelas muito tolerantes e sensatas palavras que os construtores judeus de novos colonatos costumam debitar.

Mas o mais engraçado, ou talvez o mais triste, é que noutra ocasião qualquer estes enojados bloggers até são capazes de se referir às décadas de sofrimento e humilhação que os palestinianos e os árabes levam sobre os ombros por parte do sionismo. Mas não são capazes de perceber (não se trata  de justificar ou absolver), que certos excessos verbais (e outros radicalismos bem mais mortíferos) são filhos dessa mesma prolongada humilhação.