29 de novembro de 2010

Uma pequena e graciosa ajuda ao "Público" que está tão inquieto com a isenção da Wikileaks

Obrigado, como toda a imprensa mundial, a dar grande destaque às mais recentes revelações da Wikileaks, o «Público», em editorial, faz um esforço para compôr ou ajeitar o ramalhete. Com uma perspicácia digna de nota, aquele texto levanta a magna questão de que «a assimetria por detrás destas fugas não pode ser ignorada. Ficámos a conhecer os segredos dos EUA, mas será a Wikileaks capaz de nos revelar os segredos do Irão, da China ou de qualquer outro país ?». E como se isto já não bastasse conclui ainda :« Estará Julian Assange interessado em furar os segredos diplomáticos de Teerão, Pequim ou Berlim, ou será Washington o único alvo do australiano ? Neste caso, a transparência está a ser filtrada por uma intenção».





Perante esta prosa e estas preocupações do editorial do «Público», o que mais dá vontade é de perguntar se, por sistema, em matéria de divulgação de broncas, esquemas ou escândalos, o «Público» sempre faz esta exigência de diversificação de alvos. Por mim, não creio.

Depois, não estando dentro da cabeça do sr. Assange, há uma coisa que eu sei e que talvez possa ajudar o «Público»: é que,  no  mundo de hoje, e questões ecionómicas não mudam isso, só há uma super-potência e chama-se Estados Unidos da América, por sinal, o único país que está presente militarmente em quase todo o mundo e que mantém a ocupação de dois países estrangeiros, coisa que manifestamente não acontece com a China, como o Irão ou com a Alemanha.

Assange tem uma «intenção» ? É bem provável. E depois ? Também este editorial do «Público» a tem, ou não ?

28 de novembro de 2010

Falta saber se o FMI está pronto a governar com ele !

Para além do título deste «post» e da referência lateral a como é apropriada a colocação de mãos de Pedro Passos Coelho, o que eu hoje verdadeiramente quero é remar decidida e furiosamente contra a tumultuosa corrente que anda para aí a diabolizar o Fundo Monetário Internacional.

Na verdade, não sei o que se passa nestas cabecinhas pensadoras. Será que não sabem que, desde pelo menos há um ano ou mais, o FMI é dirigido pelo «camarada» do PS português, nem mais nem menos que o «socialista» francês Dominique Strauss-Kahn que, ainda há dias declarou, para grande sossego e alegria de todos nós, que o combate prioritário inha de ser pela «criação de empregos» ?

Bolas, há gente que nunca está contente ! Querem melhor garantia do que esta ?

26 de novembro de 2010

Não, naquela zona (duas Coreias), não ponho as mãos no fogo por ninguém, mas lembrei-me do "USS Maddox Incident". Sabem o que foi ?

Eu juro que não faço a mínima ideia se foram os norte-coreanos ou os sul-coreanos e os americanos (naquela altura em inocentes manobras navais na fronteira marítima com a Coreia do Norte) quem disparou primeiro na recente confrontação de artilharia registada entre os dois países.

Mas impressionou-me e achei extraordinário que, imediatamente, em Porugal e à escala universal, quase toda a gente desse por certo que tinha sido a Coreia do Norte.

E, então, lembrei-me de ter lido nalgum lado que, em Agosto de 1964, os EUA anunciaram ao mundo que o seu torpedeiro "USS Maddox" tinha sido atingido por torpedos lançados por navios do Vietname do Norte e que toda a imprensa americana e quase mundial deram de barato que assim era, que tinham sido os norte-vietnamitas a atacar a embarcação americana. O que deu muito jeito, porque Lyndon Johnson fez logo aprovar pelo Congresso uma poderosa intensificação do envolvimento militar dos EUA no Vietname.

O caso ficou conhecido como o "USS Maddox Incident" ou «Gulf of Tonkin Incident" (ler aqui). Anos mais tarde, investigações independentes e documentos divulgados pelo National Security Archive demonstraram sem margem para dúvidas que se tratou de uma montagem norte-americana de um  pretexto para aumentar a sua participação na guerra do Vietname.

Atenção: eu não juro por nada. Só aviso que, às vezes, demora a saber-se a verdade.

Acabo de ler no "Público" online este título: «Sócrates abre “diálogo social” por causa da crise». E também que esse «diálogo» é para assegurar o «crescimento económico» (comprometido por este Orçamento !). E, então, deixo só uma pergunta inocente: a desfaçatez, a hipocrisia e a fantochada não podem passar a pagar imposto ?.



Resumindo:

Com o PSD e através de não
sei quantos PEC's e do Orçamento,
Sócrates e o PS já decidiram
e impuseram tudo o que de mais
importante havia para decidir.
Agora vão dialogar
que se fartam.
Julgarão que somos estúpidos ?

25 de novembro de 2010

Dedicado à Helena Matos, ao Pedro Lomba e a tutti quanti acham que a greve geral praticamente foi só no sector público e que acham também que, em vez de greve geral, devia era haver uma guerra geral entre os diversos sectores de trabalhadores




Sim, queridos,
vocês têm carradas de razão.
Segue breve lista de
empresas, todas do
sector público
como se percebe logo
pelos nomes, onde houve
significativas adesões
à greve geral:


Autoeuropa
Setenave
Lisnave
Valor Ambiente
Gráfica Sacavenense
Rodoviária Alentejo
Cimianto
St. Gobain
Electrofer
Atlantic Ferries
Ferfor
Construções Vilaça & Pereira
Confetil (têxtil)
Bestoff ( ")
CelCat
Metal Sines
AP (Químicos)
Danone
Vista Alegre
Recipneus
Soflusa
Rodoviária de Lisboa
Brisa
Safires Services (limpeza)
Sapa Portugal
EDP
Inapal Metal
Christhian Dietz
Eurest
Climex
...

E sabem que mais ?

Não estou para me cansar mais
por vossa causa.
Se quiserem ler os nomes
de mais umas centenas

vão à página da greve geral
da CGTP.
Passar bem.

24 de novembro de 2010

A grandeza da greve geral e a pequenez de uma jornalista ainda nova mas mesquinha até mais não

Na mesma altura em que milhares de compatriotas seus faziam piquetes na greve geral e  centenas de milhares aderiam a esta magnífica jornada de luta, a jornalista Fernanda Cãncio  postava no seu blog - o «jugular» - um post apenas assim :

sede da cgtp intersindical nacional
f.


Claro, como é próprio dos cobardes, o post é elíptico e estupido mas dá para perceber que só pode ser querer ser ofensivo e  é velado mas dá para perceber que só pretender ser mesquinho. Em suma, em dia de greve geral, a senhora  jornalista Câncio dedicou-se ao tricot blogosférico nos termos que se vêem.

Sinceramente, uma vez sem exemplo,acho que a autora desta «gracinha» merece que a sua cara fique junto a ela. E, já agora, não f., mas f_ _ _- _ _ !

21 de novembro de 2010

Atenção, muita atenção: últimas exibições de um inesquecível tesourinho deprimente !


A não perder, de modo nenhum
aqui,
na segunda parte do Telejornal
de 20/11 da RTP,
dos 8,03 m. aos 10.30 m,
a memorável ilustração televisiva
do Ministro das Obras Públicas
e do respectivo secretário de Estado^
a repetirem linha por linha
o mesmo discurso,
para o mesmo Congresso
e para a mesma assistência.

A minha alma está parva, eles - PDS e CDS - são bons é na ficção ou se cá nevasse fazia-se cá ski


Entre o incrédulo, o aparvalhado e o boquiaberto, leio no Diário de Notícias que, numa sessão evocativa do 30º aniversário da morte de Sá Carneiro, conjuntamente promovida pelo PSD e pelo CDS em 4 de Dezembro, vai ser projectado um filme sobre como teria sido Portugal se o desastre de Camarate não tivesse ocorrido com as consequências mortais que se sabe. 
É claro que ainda é cedo para antever que carreira internacional estará destinada a este filme, presumindo eu que seja ao mesmo tempo um documentário e uma obra de ficção, mistura de géneros que só por si promete e que, se não fizer chegar a cinematografia portuguesa aos Óscares, talvez, pelo menos, eu possa escrever ao Robert Redford para o aceitar no prestigiado Festival de Sundance.

De qualquer forma, é nestas alturas que não devemos ser mauzinhos nem mesquinhos e antes devemos reconhecer que, se em Portugal há quem consiga fazer um filme com este script, então nem tudo está perdido.

É que, interpelado como teriam sido as coisas em Portugal se Sá Carneiro não tivesse morrido naquele funesto  dia, por mais  carradas de Ecstasy que me dessem, eu só conseguiria responder isto: se Sá Carneiro não tivesse falecido em 4 de Dezembro de 1980, estaria vivo... ou não.



18 de novembro de 2010

Nada do que de absurdo se tem passado é para esquecer, ouviram ?



Este vídeo documenta, para a  história da infâmia, da ilegalidade  e da prepotência em democracia, o momento em que, a mando da Câmara Municipal do Porto, era retirada  uma tela de apelo à greve geral da fachada do sede da União dos Sindicatos do Porto.
A somar a toda a série de desvarios que a imprensa tem atribuido às polícias (parece que ninguém se lembra que elas dependem do Ministro da Administração Interna e este de Sócrates) a pretexto da Cimeira da NATO, esta acção porventura de funcionários da Câmara ou da sua polícia municipal faz-me subir a mostarda ao nariz e, pura e simplesmente, acho que nada disto pode, depois da Cimeira ou da greve geral, ficar em banho maria.
A seu tempo, lá irei. Mas, para já, neste caso que o vídeo documenta, o que me importa, o que espero, o que desejo e o que quase exigo é que a União dos Sindicatos do Porto leve esta agressão e prepotência  muito a sério e leve os  responsáveis por elas a responder em tribunal.
Para além de todas as outras razões, porque o filme que está correndo mostra bem que «eles» onde acharem que é mole vão carregar mais.

Mineiras chilenas: fixem os seus rostos, é uma outra luta pela vida

No "Diário de Notícias" de hoje: « Mulheres inspiram-se nos mineiros para protestar contra a perda dos seus empregos. Estão em greve de fome.Se 33 homens conseguiram manter em suspenso um país e o mundo até serem resgatados das profundezas da mina de São José, no Chile, 33 mulheres esperam conseguir pelo menos chamar a atenção para os seus problemas. Na terça-feira, entraram como turistas na mina de carvão desactivada El Chiflón del Diablo, em Biobío. Após a visita guiada, informaram que não pretendem sair enquanto não forem ouvidas, e entraram em greve de fome.
Em causa está a perda de mais de 12 mil postos de trabalho, criados como parte de um programa de limpeza e reconstrução nas regiões de Biobío, O'Higgins e Maulo após o sismo de 27 de Fevereiro. O abalo, seguido de tsunami, devastou parte do litoral e das principais cidades do centro-sul do Chile, causando a morte a 521 pessoas e deixando prejuízos avaliados em 22 mil milhões de euros»(ler o resto aqui).

E, com todo o respeito pela diferença de situações,
não vejo motivo para que este assunto
não mereça também um vídeo assim:

17 de novembro de 2010

uma história magnífica que mete portuguesinhos valentes e que se poderia chamar «a revolta das couves»


Recebido por mail: «Em Várzea de Meruge, Seia, Serra da Estrela, a população cansou-se de pedir ao presidente da Junta que reparasse o piso de uma rua.

Vai daí, decidiu plantar couves nos buracos... e agradecer ao presidente e ao seu padrinho em S.Bento.

Nunca a frase «atirou com o carro para as couves» fez tanto sentido...»

Uma NATO sem fronteiras e Portugal com fronteira restabelecida

Este «post» destina-se apenas, a de forma muito curta, pôr em evidência um dos mistérios deste nosso tempo que, aliás, daria vontade de rir se não desse vontade de lacrimejar um pouco.

É que, como temos visto, por um lado, temos uma NATO que, mesmo com o seu actual «conceito estratégico» já se arroga o direito de intervir militarmente em qualquer parte do mundo, portanto, por cima de todas as fronteiras que são exteriores ao espaço geográfico onde nasceu (não esqueçamos que a coisa se chama North Atlantic Treaty Organization). Mas, para realizar uma Cimeira da NATO em Portugal, já é preciso restabelecer momentâneamente o controlo nas fronteiras portuguesas.

E, sequencialmente, temos asssim que o nosso amado país não tem fronteiras para controlar por exemplo a qualidade de alimentos importados mas já as tem por causa de uns difusos anarquistas armados até aos dentes de panfletos, estiletes e catanas (ai, a ressonância histórica desta palavra) size M.

Oram digam lá se não tem graça.

14 de novembro de 2010

Apelo de Coimbra: chamem a polícia, um comunista criticou Ana Gomes e Francisco Louçã !

Tinha-me passado mas ainda vou a tempo de vos contar que aqui, o blogger (que também é historiador) Rui Bebiano, depois uma longa e agressiva  prosa sobre o PCP, sobre o Avante! e sobre um suposto « ataque pessoal a Ana Gomes e a Francisco Louçã» contido numa crónica de Jorge Cordeiro no jornal do PCP (é favor ler a crónica aqui porque dou alvíssaras a quem lá descobrir qualquer «ataque pessoal» seja a quem for), alinhava esta sentença meio lamúria meio truque de vitimização : «Claro que o facto de eu não gostar de ler o Avante!, e de não recomendar a outros que o leiam, não significa que aquilo que escrevo neste blogue e que refira de algum modo o PCP não seja imediatamente objecto de escrutínio e, como não poderia deixar de ser pois essa é «a escola», de algumas campanhas difamatórias. O mesmo acontecerá eventualmente com este post. A verdade é que até posso escrever 324 que falem do tempo que tem feito na ilha de Páscoa, do campeonato de críquete no Paquistão, de um filme inédito com o Buster Keaton e dos chilreios dos passarinhos, mas se ao tricentésimo vigésimo quinto escrever a palavra PCP toca algures uma sirene de aviso e os bombeiros-incendiários de serviço descem pelo varão para se meterem no carro e saírem a alta velocidade pelas ruas mal iluminadas da blogosfera. Vida difícil a deles. Mas foram eles quem a escolheu.»

E, como ele escreveu isto,  cheio de medinho de passar por «bombeiro-incendiário», nem tenciono escrever sobre que treta de democracia seria esta em que os Bebianos escreveriam quantas vezes e como quisessem sobre o PCP, os comunistas e o Avante! mas já qualquer resposta de comunistas seria um pérfido «ataque» filho de uma doentia vigilância de uma qualquer «brigada». E é também tomado pela bebiana intimidação que não tenciono escrever que era só que faltava que, lá por causa do BE e do PS poderem ser, num tempo futuro, aliados do PCP, os dirigentes comunistas ficassem impedidos de criticar Ana Gomes ou Francisco Louçã que nunca na vida deixaram de fazer o mesmo ao PCP sempre que lhes deu na real ganha. E, finalmente, é ainda por receio das palmatoadas blogosféricas do Bebiano, que não tenciono escrever- nem pensar, porra! - que de toda a prosa do blogger coimbrão o que mais tresanda é uma triste e indigna miséria de cultura democrática.
E, como não escrevi nada disto, espero que o Bebiano desta vez fique pelo menos com um mediano contentamento. Passar bem, senhor Professor.

De Espanha, pode não vir nem bom vento nem casamento mas vêm bons vídeos que também servem para a nossa greve geral de dia 24







e mais aqui :Download 07-Asistente Virtual.flv from FileFactory.com


Download 27-Eva Va A La Huelga.flv from FileFactory.com


Download 23-Tu Momento.flv from FileFactory.com

Sugestão construtiva: em tempo de crise e lutas sociais, talvez a RTP pudesse comprar esta série



Trata-se   de  Les Vivantes  et les Morts, série escrita e realizada por Gerard  Mordillat para o canal de televisão   France  2, onde passou em  cinco episódios de 8o minutos cada.

Sinopse
: « Rudi et Dallas travaillent à la Kos, une usine de fibre plastique. Le jour où l’usine ferme, c’est leur vie qui vole en éclat, alors que tout s’embrase autour d’eux. A travers l’épopée d’une cinquantaine de personnages, « Les Vivants et les morts » raconte l’histoire d’amour d’un jeune couple, Rudi et Dallas, emporté dans le torrent de l’histoire contemporaine. Entre passion et insurrection, les tourments, la révolte, les secrets de Rudi et Dallas et ceux d’une ville où la lutte pour la survie dresse les uns contre les autres, ravage les familles, brise les règles intimes, sociales, politiques. Dans ce monde où la raison financière l’emporte sur le souci des hommes, qui doit mourir ? Qui peut vivre ?»

12 de novembro de 2010

Mulher de armas, a Câncio não «descancia»

No «jugular», Fernanda Câncio, a caminho de verdadeira Padeira de Aljubarrota do PS, continua não dar tréguas em relação às mais variadas malfeitorias que, ao longo do tempo, foram sendo feitas aos bem-amados membros do governo de Sócrates.
Hoje, com aquela memória incomparavelmente selectiva com que a natureza a dotou, vem repescar o caso Fernando Lima e das alegadas escutas à Presidência e vem escrutinar o facto  de uma série de gente, entre a qual F. Lima (quanto a este bloggers de direita já a desmentiram) mas também Dias Loureiro and so on, que não aparece ao lado de Cavaco Silva na sua campanha presidencial.
Contado isto, só vos quero dizer, respeitados leitores,  que, tudo visto, o que a minha alma sofridamente anseia já não é o fim da crise mas sim que Fernanda Câncio escreva um «post» sobre aquele magnifico comportamente do jornal onde trabalha - o DN - quando no caso F. Lima publicou um mail de um jornalista do Público para um seu camarada de trabalho na Madeira, comportamento este que acaba de ser vigorosamente condenado pela Comissão da Carteira dos Jornalistas.
E, já agora, também arfo, suspiro e anseio pelo dia em que Fernanda Cãncio escreva um «post» ou talvez mesmo um «sermão impossível» (na Revista do domingo) fazendo a vasta lista de todo aquele pessoal que, pelas razões que são públicas e têm alimentado os noticiários judiciais, tão cedo nunca mais aparecerá ao lado de Sócrates em qualquer acto público.

11 de novembro de 2010

Se se fala de comunistas, determina o 11º mandamento que se diga que são só velhos

O Edgar Hoover ou, se preferirem, o Béria da blogosfera que se dá pelo nome de João Tunes, sempre à procura de matéria para ver se achincalha o PCP e os comunistas, deu-lhe hoje para postar misturando as comemorações do 7 de Novembro ocorridas em Moscovo e promovidas pelo Partido Comunista da Federação Russa com o habitual almoço que, ao que parece, se realiza na sede do PCP com a mesma finalidade.

Cansado de tanto veneno e palermice, só quero observar duas coisinhas:

- uma é que, embora faça os links da ordem, quanto ao discurso feito por Albano Nunes na sede do PCP, aquele soldado de uma velha e bafiente cruzada  não achou interessante relevar no seu «post» a afirmação daquele dirigente comunista de que «Nós, comunistas – sem ignorar erros, deformações e graves infracções aos valores e ao projecto comunista que conduziram às trágicas derrotas do socialismo – não só não esquecemos, como valorizamos e estudamos para aprender com as experiências do mais audacioso e grandioso empreendimento libertador de sempre.». E, como está de ver, não o fez pela simples razão de que a citada afirmação não batia certo com as deformações e deturpações que os Tunes e Cª persistentemente bolsam sobre a orientação do PCP.

- e a outra é que, quanto à manifestação em Moscovo (50 mil pessoas segundo o PCFR e 2500 (!!!) segundo a polícia), o cruzado em causa parece dar mais crédito à informação, insuspeita, como se calcula, de José Milhazes (mais um que, de origens sociais modestas, tirou lá o curso à custa do «socialismo real») de que era sobretudo gente idosa (apesar de ser referido que o PCFR anunciou ter admitido recentemente 25 mil jovens); quanto a este ponto, estamos sempre conversados: também cá são sempre idosos os comunistas e também cá só os comunistas é que envelhecem, os outros compraram não se sabe aonde o elixir da juventude.
E, assim sendo, para descanso dos Tunes e de mais alguns, só tenho de concluir humildemente que devem ser falsas e obra de contra-informação as duas fotos que se seguem e que constam do sítio do PCFR como reuniões de jovens daquele partido.
.

( é certo que, para os nossos gostos, os jovens do PCFR
têm um ar compostinho demais mas, compreendamos,
deve ser o «style» que lá está na moda)

Um nome que é todo um programa

Em tempos de pura e dura intoxicação ideológica em torno da crise, das suas causas e responsabilidades, não devemos desperdiçar nenhuma oportunidade para conhecer o trabalho de economistas e professores que, pelo mundo fora, a maior parte das vezes fora dos grandes holofotes mediáticos, dão firme combate às mistificações e sofismas dominantes.
É o caso do sítio  norte-americano saborosamente intitulado Post-Austistic Economics Review (nome escolhido a dedo para sublinhar o corte - ou autismo - entre os cursos de Economia e a realidade) que publica regularmente uma newsletter, de cujo nº 53 de Março deste ano destaco desde já o seguinte artigo de Richard Smith

Beyond growth or beyond capitalism?



Resumo do artigo:: Recent publications have revived interest in Herman Daly’s proposal for a Steady-State Economy. This paper argues, first, that the idea of a steady-state capitalism is based on untenable assumptions, starting with the assumption that growth is optional rather than built-into capitalism. I argue that irresistible and relentless pressures for growth are functions of the day-to-day requirements of capitalist reproduction in a competitive market, incumbent upon all but a few businesses, and that such pressures would prevail in any conceivable capitalism. Secondly, this paper takes issue with Professor Daly’s thesis, which also underpins his SSE model, that capitalist efficiency and resource allocation is the best we can come up with. I argue that this belief is misplaced and incompatible with an ecological economy, and therefore it undermines Daly’s own environmental goals. I conclude that since capitalist growth cannot be stopped, or even slowed, and since the market-driven growth is driving us toward collapse, ecological economists should abandon the fantasy of a steady-state capitalism and get on with the project figuring out what a post–capitalist economic democracy could look like.
 

10 de novembro de 2010

A cegueira como mestra e o ódio como bússola

Uma amiga chama-me agora a atenção para uma infame bojarda escrita há dias por um «blogueiro» que, em matéria de comunismo e de PCP, escreve sempre como se fosse uma avançadíssima cirrose a comandar-lhe a teclagem das palavras no computador.
Na verdade, o sujeito, como é direito que ninguém lhe nega, decidiu foguetear efusivamente o que comummente se chama a «queda do Muro de Berlim»  (até o próprio parece reconhecer que, do ponto de vista físico, foi um responsável da RDA que mandou abrir os portões para as pessoas passarem e não o muro que foi derrubado), despejando no final esta peróla em que, por sinal, se confundem desejos com realidades: « Esse terá sido, de facto, em 9 de Novembro de 1989, “o momento” da morte do comunismo, pela falência desse projecto em todas as partes em que foi ou ainda é seguido e de que hoje, como adeptos na Europa, restam os "souvenirs" do comerciante berlinense na segunda foto, o marxismo-leninismo de sociedade recreativa género saudade leninista patriótico-lusitana do tipo "Jerónimo & Xico Lopes" e pouco mais».
Sobre a questão de fundo, hoje não vou ocupar-me dela, a não ser para lembrar que já vi várias vezes, naqueles canais de cabo de que nunca nos lembramos qual foi, um documentário que mistura imagens e declarações da época com declarações posteriores dos mesmos protagonistas (designadamente opositores internos do regime da RDA) e uma coisa vos posso garantir: naqueles tempos que precederam a «queda do murro» e naquele documentário ninguém falava em "reunificação" (e muito menos na real anexação que veio a acontecer) ou em restauração do capitalismo  e a tónica dominante dos discursos e aspirações era de «democratização» e «renovação do socialismo» naquela República distinta da então  RFA.
Não, o que queria classificar como politicamente abjecto e como tresandando a puro ódio
é aquela referência  ao « marxismo-leninismo de sociedade recreativa género saudade leninista patriótico-lusitana do tipo "Jerónimo & Xico Lopes"».


É claro que nunca saberemos o que o «blogueiro» em questão terá contra as sociedades recreativas embora se saiba que têm a idade suficiente (bastante mais do que eu) para saber como essas sociedades até foram, em muitos casos, núcleos importantes das redes da resistência antifascista.
Mas, tirando isto, não é díficil perceber que este por sinal deslumbrado apoiante de Alegre não conseguiu disfarçar a sua costeleta de classe e que a referência à sociedade recreativa é  filha directa de um mal disfarçado desprezo pelas origens sociais de Jerónimo de Sousa e de Francisco Lopes.
Tivessem os dois andado pelas associações de estudantes do ensino superior e não haveria piadas deste género, ou seja, é  mesmo o espirito de classe (ba burguesia «ilustrada») a falar como um livro aberto.
Mas o que mais impressiona é que gente deste quilate do que mais gosta é de afirmar e sentenciar e não de demonstrar ou justificar.
Porque eu gostava de saber o que é isto do «marxismo-leninismo de sociedade recreativa» aplicado ao PCP, isto é, aplicado a um partido do qual de pode discordar profundamente mas que não se pode negar que tem um incomparável património de acção e de reflexão sobre os problemas nacionais que, aliás, graças à internet, está hoje acessível a todos os que se interessarem e não quiserem ficar pela preguiça dos «clichés» e do cuspo visceralmente anticomunista.
No meio disto tudo, há porém uma coisa que me faz felizé que  tipinhos como este, como querem continuar a parecer de esquerda, volta não volta, lá estão ou a formular observações críticas semelhantes às do PCP ou então a apoiar lutas, formas de luta e causas que não teriam a importância e o impacto que têm se a elas o PCP e os comunistas portugueses, de forma pública ou não-pública, não lhes consagrassem o melhor das suas energias.

6 de novembro de 2010

À atenção das Câncios, dos Serras Pereiras, Tunes e Cª para quem a China é agora o «império do mal»

Exclusivamente a título de informação
sobre dados sistematicamente ocultados
pelos doentes políticos com a China,
e sem com isto querer dizer nada
para além do que os dados do recente
Relatório sobre Desenvolvimento
Humano da ONU
, proponho
uma interessante comparação entre
dois colossos em termos populacionais:
a tão falada China
e a tão esquecida India.




População :
China - 1.350 milhões
India - 1.130 milhões

Posição no ranking de IDH
China - 89º
 India - 119º

Índice de pobreza
multidimensional
(contagem de pessoas %- 2000/2008)
 China - 12,5
  India  - 55,4 

População abaixo do limiar
de pobreza
China -  15,9%
 India -  41,6%

População com pelo menos
ensino secundário 
 China - M. 54,8% H. 70,4%
India - M. 20,6% H. 50,4%
 Taxa de mortalidade materna
China -    45
 India  -  450

Média de anos de escolaridade
China - 7,5 
India  - 4,4

Rendimento Nacional Bruto
per capita (PPC em USD 2008)
China - 7,258
   India - 3,337 



Esperança de vida à nascença
China - 73,3 anos 
 India - 64,4 anos

and so on...

E agora só fico a aguardar
que aqueles defensores
do capitalismo que são tão expeditos
a carregar sobre os ombros
dos comunistas portugueses
as responsabilidades sobre tudo
o que aconteceu ou acontece a
milhares de quilómetros de distância,
assumam eles a sua responsabilidade
pelos tristes indicadores da
capitalista India por
comparação com a malvada
China Popular.
Vamos a isso, minhas senhoras
e meus senhores.
Não se atrasem.

5 de novembro de 2010

E se os enojados com a advogada egípcia se enojassem com o caso de Mordechai Vanunu

Para o caso de os ilustres bloggers em causa não saberem quem é, basta esta entrada da Wikipédia: « Mordechai Vanunu , nascido em 13 de outubro de 1954, e também conhecido pelo seu nome de batismo, John Crossman, é um ex-técnico nuclear israelense que revelou detalhes do programa nuclear do Estado de Israel para a imprensa britânica em 1986. Logo depois, foi raptado em Roma por agentes do serviço secreto israelense (Mossad), e levado de volta a Israel, onde foi julgado e condenado por traição.
Mordechai Vanunu permaneceu preso por 18 anos, sendo mais de 11 deles em prisão solitária. Vanunu foi solto em 2004, porém ainda sujeito a uma série de restrições de comunicação e movimento. Desde então Vanunu já foi preso por diversas vezes, acusado de não respeitar tais restrições. Em março de 2005, foi citado por 21 acusações de "contravenção à ordem legal", num máximo de 2 anos de prisão por acusação, e desde então espera pelo julgamento em liberdade. Os procedimentos legais estão em andamento, assim como o recurso de Vanunu, que espera ser julgado pela Suprema Corte Israelense.»



E mais. Senhores e senhoras
bloggers enojados: se quiserem
saber mais, a página de
Mordechai Vanunu está
aqui
.

4 de novembro de 2010

ai tão enojados que eles estão !

No jugular Shyznogud  fala de «asco» e no vias de facto Miguel Cardina fala de «nojo» a propósito de um video em que uma advogada egipcia faz alegadamente a defesa da violação de mulheres israelitas como forma de resistência.
Em termos de rigor, começa por ser necessário esclarecer que os ilustres bloggers foram induzidos em erro pelo título do vídeo que diz que ela «sugere violação de mulheres israelitas» quando, na verdade, ela declara aos 1.19 minutos  que «os combatentes árabes não iniciariam tal coisa já que os seus valores morais são muito mais nobres». O que advogada de facto diz, e isso é sem sombra de dúvida condenável e reprovável, para além de promover o assédio sexual como forma de luta,  é que se isso acontecesse às mulheres israelitas não era mal feito porque, nas suas palavras, os israelitas violam a terra dos palestinianos.
Em resumo, lamentar ou condenar uma tal ideia é uma coisa e outra, bastante excessiva, tendo em conta o que a advogada de facto diz, é criar um grande escândalo e usar palavras como «nojo» e asco».
E permanece um interessante mistério saber porque é que estes bloggers resolveram dar tanta importância a estas declarações de uma desconhecida advogada egípcia quando não me lembro que alguma vez tenham colocado nos seus blogues vídeos com afirmações terroristas daquele Avigor Liebeman, ou lá como se chama, que é político israelita de extrema-direita e até foi ou ainda é ministro. E que também nunca tenha visto nestes blogues nenhum vídeo com aquelas muito tolerantes e sensatas palavras que os construtores judeus de novos colonatos costumam debitar.

Mas o mais engraçado, ou talvez o mais triste, é que noutra ocasião qualquer estes enojados bloggers até são capazes de se referir às décadas de sofrimento e humilhação que os palestinianos e os árabes levam sobre os ombros por parte do sionismo. Mas não são capazes de perceber (não se trata  de justificar ou absolver), que certos excessos verbais (e outros radicalismos bem mais mortíferos) são filhos dessa mesma prolongada humilhação.


1 de novembro de 2010

Uma terrível pergunta apontada às consciências de todos nós

Mesmo admitindo que fosse inteiramente credível a sondagem da Católica hoje publicada no JN e admitindo que seria  fidedigno o dado revelado que só 7% dos contratados a prazo ou a termo se disporiam a fazer a greve geral (em considerável diferença com outros trabalhadores), então a grande, devastadora e incontornável pergunta, apontada às consciências de cada um de nós, que se impunha, é