28 de maio de 2014

Costa amigo o Daniel está contigo !

Como é evidente, ao contrário de Daniel Oliveira, eu não sinto a mais pequena obrigação de ter preferências entre Seguro e Costa (farto-me de ouvir o Costa e nunca percebi em que é mais de esquerda embora, na pluralista Quadratura já o tenha visto falar mais à direita do que Pacheco Pereira). nNão, só venho mesmo aqui falar dos «sinais» de que Danuiel Oliveira se esqueceu de mecionar e que esses sim é que podem condicionar positivamente o rumo dos futuros acontecimentos: ou seja os poderosos sinais que forem enviados de um significativo reforço eleitoral das forças que consabidamente nunca terão qualquer tentação de «bloco central», nomeadamente a CDU.

27 de maio de 2014

Olhem, já nada me causa admiração !



Sim, se uma pessoa séria, respeitável e informada como José Vítor Malheiros consegue escrever hoje no Público que PSD+CDS tiveram «uma suave derrota» (quando a verdade é que estes partidos de governo tiveram menos 20 pontos percentuais que os partidos que são ou se reclamam de oposição), então já nada me causa admiração.

É por isso que não me admiro por, também no Público de hoje, ver João Miguel Tavares, um dos inquilinos da última página, a escrever que «até um dos principais vencedores da noite -a CDU - teve menos votos em 2014 que em 2011.Claro que sei que a abstenção das europeias esteve 25 pontos percentuais acima da abstenção nas últimas legislativas. Mas isso não mofidifica o meu ponto: quando estamos no meio   de uma crise sem precedentes e a coligação perdeu dois milhões de eleitores, nem PS, nem Bloco nem sequer a CDU foram capazes de ir buscar um voto - um voto sequer - aos partidos do governo».

Embora me curve perante a cintilante e incomparável inteligência de João Miguel Tavares, atrevo-me à caridade lhe excplicar três coisas:

- a primeira é que é do domínio do surrealismo político e sociológico estranhar que, com a abstenção a aumentar 25 pontos, a CDU tivesse agora menos votos do que nas legislativas de 2011, como se algum partido pudesse ser total e absolutamente imune às consequências de um tamanho aumento da abstenção;

- a segunda é que os votos entrados nas urnas não têm nem nome, nem foto nem muito menos a votação da pessoa em 2011;

- e a terceira, decorrente da anterior, é que é absolutamente verosímil que PS, CDU e Bloco possam ter obtido votos vindos do PSD e do CDS ao mesmo tempo que eleitores seus de 2011 escolheram agora a abstenção.

João Miguel Tavares: compreendu ou isto é areia demais para a sua camioneta ?

22 de maio de 2014

João Valente Aguiar ou a podridão intelectual em pessoa

Alemenha»

Para quem não tenha percebido, esta maneira de argumentar (aqui, no «vias de facto») é tão porca, tão baixa, tão desonesta, tão rasteira e tão fedorenta como se eu, ouvindo o Prof. Karamba numa televisão a dizer que «os povos se devem autogovernar» viesse dizer que ali estava a cara que podia unificar os Valentes Aguiar, Serras Pereira e Cª.

19 de maio de 2014

As habilidades trafulhas de João Teixeira Lopes



Em texto publicado no esquerda.net, o dirigente bloquista João Teixeira Lopes além da desonestidade de amalgamar o PCP com o Partido Comunista Grego e de - tal como Louçã - parecer preferir em matéria de privatizações os ingleses, americanos ou franceses aos chineses e angolanos (enquanto o PCP é contra as privatizações, ponto final, parágrafo), ocupa-se a estabelecer diferenças entre o PCP e a CDU em matéria europeia mas num quadro de ostensiva falsificação das posições do PCP. Como se pode ver :

Ora, entre outros truques, o que acontece é que João Teixeira Lopes, além de atribuir à CDU um tónica fundamental no euro como se a CDU falasse menos que o Bloco da renegociação da dívida e do Tratado Orçamental, relata as posições do PCP e da CDU sobre o euro com base nas simplificações ou selecções parciais de afirmações de dirigentes e candidatos correntemente feitas pelos media. E, por isso, recomendo apenas a João Teixeira Lopes que leia o que está escrito no sítio oficial da CDU.



«O PCP foi a única grande força política que alertou para as consequências e combateu a adesão ao Euro. E a vida veio dar razão ao PCP: divergência no plano económico e social arrastando Portugal para a cauda da Europa; um País completamente exposto à chantagem e extorsão dos “mercados”; degradação e abandono do aparelho produtivo; destruição da produção agrícola, nomeadamente nas pequenas e médias explorações; destruição de quase metade da frota pesqueira nacional; importação em massa de produtos de primeira necessidade que Portugal teria condições para produzir; perda de soberania económica e permanente chantagem e pressão externa, são algumas das consequências da entrada de Portugal no Euro. A realidade demonstra que o Euro não foi o “acesso ao mercado de 500 milhões de pessoas”, nem “a protecção face às crises económicas” e muito menos o acesso de Portugal ao “pelotão da frente”.  
Os dados económicos não deixam mentir. Desde a entrada do Euro que Portugal estagnou do ponto de vista do crescimento económico e que viu, em grande medida como consequência da destruição do aparelho produtivo, a sua dívida externa disparar até chegar aos inaceitáveis 130% do PIB da componente pública da dívida. Portugal é passada mais de uma década de Euro um país dependente, endividado, mais periférico e empobrecido. No plano social a entrada no Euro saldou-se numa tendência regressiva. Os salários regrediram, o desemprego subiu em flecha para mais de um milhão e quatrocentos mil trabalhadores, a precariedade alastrou e generalizou-se entre os jovens, a pobreza afecta quase três milhões de pessoas, as desigualdades dispararam, reduzem-se e encerram-se serviços públicos e o interior do País é votado ao esquecimento e à desertificação.
Foi baseado nesta análise que o PCP foi o primeiro partido a lançar o debate sobre uma solução para um problema que afecta não apenas Portugal mas vários países. Essa solução passa pela dissolução da União Económica e Monetária e pela substituição do Pacto de Estabilidade por um Pacto para o emprego e o desenvolvimento económico e social. Isto porque o Euro é, sempre foi, um projecto do grande capital europeu, das transnacionais europeias e do directório de potências comandado pela Alemanha. Foi aliás, em nome da defesa deste instrumento que PS, PSD e CDS impuseram o Pacto de Agressão e que se preparam agora novos sacrifícios para os trabalhadores e para o povo, muito para lá da troika.
O PCP não tem qualquer dúvida sobre a incompatibilidade entre a permanência no Euro e uma política alternativa patriótica e de esquerda. Portugal estaria em posição mais vantajosa se não tivesse aderido, perdemos muito com a entrada e podemos perder ainda mais uma vez que a crise económica e financeira está longe de estar terminada. Mas do mesmo modo que alertámos para os perigos da adesão ao Euro no passado, hoje não caímos no erro de defender uma pura e simples saída. Isto porque sair do Euro não significaria voltar à posição em que estávamos antes da adesão e acarretaria, mantendo-se a política de direita nos comandos da política económica, prejuízos para os trabalhadores e o povo.
Portugal terá, se quiser seguir um rumo de desenvolvimento económico e social soberano, de se libertar do colete de forças da União Económica e Monetária. Isso é inegável. Mas reduzir esse debate a um debate simplista sobre a saída seria uma abordagem redutora e ilusória.
A questão que se põe não é se se deve sair ou não, uma vez que nunca deveríamos ter entrado. A questão central é quais são as condições necessárias para Portugal poder recuperar a sua soberania económica e monetária. Isto porque uma saída do Euro (por vontade própria do país ou por vontade de terceiros) não será igual se realizada com um governo com uma política de direita (que empurraria para os mesmos de sempre as consequências dessa saída) ou com uma política patriótica e de esquerda. Assim, entendemos a libertação de Portugal do colete-de-forças do Euro e da UEM como um processo e não um momento. Um processo que inseparável da luta mais geral por uma ruptura com a política de direita, que tem de começar desde já a preparar o País para esse passo. Um processo que tem de apostar no desenvolvimento do tecido produtivo, na protecção dos direitos dos trabalhadores e do povo, no aumento do consumo interno por via do aumento dos salários e pensões, que tem que encarar o endividamento do país de frente, pondo imediatamente em marcha um processo de renegociação da dívida nos seus prazos montantes e juros, que tem de apostar na recuperação do controlo público dos sectores estratégicos, começando pela banca, que tem de inverter a actual política fiscal taxando o grande capital e indo aí buscar recursos para fazer face às necessidades de financiamento do Estado.
Libertar Portugal do Euro tem de estar associado ao desenvolvimento desta política tão necessária e urgente para Portugal. E isso só será possível com o reforço da CDU, porque não serão aqueles que nos trouxeram até aqui que nos vão salvar da sua própria obra de destruição.»

13 de maio de 2014

José Vítor Malheiros e a «conveniência» de bater em todos



Em artigo no «Público» de hoje, o prestigiado jornalista, lúcido comentador e respeitável homem de esquerda José Vítor Malheiros, além de afinfar umas valentes rabecadas no PSD, no CDS e em Paulo Rangel e de destilar um ácido remoque sobre o BE, escreve isto sobre o PS:

« Vamos ter (…) doze dias de de discursos absolutamente vazios de conteúdo do PS, dando uma no cravo e outra na austeridade, sempre empenhado em atacar o governo com veemência ma non troppo, num daqueles exercícios de hipocrisia e de língua de trapos que são a razão do crescente desencanto dos cidadãos com a democracia (...)» e que «vamos ver (…) Francisco Assis (…) a tentar mostrar que qualquer política com o mínimo cheirinho de esquerda pode conduzir a um cenário dantesco e como não seria preciso muito para que o PS fizesse uma vaquinha com os partidos do governo».

Mas, depois disto, consegue escrever assim sobre a CDU :

« E ao lado [do Bloco] vamos ter a CDU, cujo esperado aumento de votos irá caucionar a sua pose isolacionista e reforçar a sua convicção de que é imprudente e precipitado sonhar com uma solução governativa à esquerda antes de 2060».

Ora, confrontando estas duas citações, pode acontecer que José Vítor Malheiros, num momento de má avaliação da inteligência dos seus leitores, provoque afinal dois tipos de reacções:

  • uma é que muitos eleitores aplaudam a atribuida «pose isolacionista» da CDU na medida em que ela significaria uma clarificadora, higiénica e saudável distância da «hipocrisia» e «língua de trapos» do PS e da sua manifesta propensão para «fazer uma vaquinha com os partidos do governo»;

    - a outra é que muitos leitores, que não vêem nenhuma pose «isolacionista» na CDU, compreendam lucidamente que o que a CDU não tem são os poderes mágicos que lhe permitam modificar a ostensiva realidade que está na origem das duras caracterizações que José Vítor Malheiros faz da orientação e postura do PS e do seu primeiro candidato a estas eleições para o PE.


Concluo dizendo apenas que não há coisa mais imobilista do que esta «conveniência » de bater em todos e esta cómoda tentação de repartir artificialmente as culpas por todas as aldeias.


3 de maio de 2014

Margarida, por favor leve o Vasco ao oftalmologista !

«A UGT conseguiu juntar
algumas centenas de pessoas
à volta da Torre de Belém e a
CGTP juntou um milhar ou dois

na Alameda Afonso Henriques»

-Vasco Pulido Valente,
hoje no "Público"