Um dos maiores tunantes da blogosfera nacional, talvez a maior câmara de eco nacional da blogger cubana Yoanni Sanchez oferece-nos hoje aqui a última crónica da jovem dama que, surprise, é dedicada à atribuição do Prémio Sakharov ao seu compatriota Guillermo Fariñas.
Acontece que, lá para o fim do texto, referindo-se a Fariñas, Y. Sanchez atribui-lhe «Uma lhaneza que nem os microfones de todos os jornalistas que o entrevistaram nestes dias, nem as luzes das câmaras conseguiram mudar.»
Resolvi tirar-me das minhas tamanquinhas e perguntar ao meu pai que foi um combativo resistente antifascista se, no tempo do fascismo, as pesonalidades da oposição democrática também davam muitas entrevistas a jornalistas estrangeiros.
De sobrolho carregado e a estranhar o porquê agora da pergunta, respondeu-me em curto duas coisas:
- uma é que os jornalistas estrangeiros, salvo alguma honrosa excepção, nunca mostraram particular interesse por entrevistarem nem mesmo as figuras mais destacadas, e na legalidade, da oposição democrática;
- e a outra é que, ainda que assim não fosse, seria completamente impensável que a PIDE consentisse qualquer corropio de jornalistas e de câmaras de televisão erstrangeiras na residência de qualquer dessas personalidades democráticas portuguesas.
Moral da história: em regime de self-service.