Designadamente aqui, através de uma proposta de Miguel Serras Pereira, está a ter um entusiasmado eco a declaração de Paulo Varela Gomes segundo a qual «(...)enquanto parte de movimentos organizados colectivamente, estou pronto para deixar de pagar as dívidas à banca, fazer não um, mas vários dias de greve (desde que acompanhados pela ocupação das instalações de trabalho), ajudar a bloquear estradas, pontes, linhas de caminho-de-ferro, refinarias, cercar os edifícios representativos do Estado e as residências pessoais dos governantes, e resistir pacificamente (mas resistir) à violência do Estado.(...)».
Esta rapaziada sabe perfeitamente que não há nenhumas condições objectivas e subjectivas para que atitudes deste tipo possam ser seguidas por centenas de milhar de trabalhadores e cidadãos portugueses, sobretudo quando se sabe que, para a maioria, até a perda de salário por um dia de greve faz diferença no quadro de aperto e aflição económica em que vivem, para já não falar do milhão de precários.
Assim sendo, o que parece é que entrámos no campeonato do radicalismo e que há quem escreva e apoie estas coisas só para ficar na fotografia como o mais teso, o mais firme, o mais corajoso, o mais radical e o mais revolucionário.
Não queria ficar mal nesta fotografia. E, por isso, aqui anuncio que, por mim, até estou disposto a iniciar a guerrilha na Serra da Estrela, inspirado na percursora Helena Matos nos idos de 1975. O bom do Paulo Varela Gomes e o menos bom do Miguel Serras Pereira podem inscrever-se através do telefone móvel 962 345 989.