26 de setembro de 2012

Dois Pedros- dois Pigmeus face à honrada memória de Vasco Gonçalves


Pedro Rolo Duarte
Talvez por um surto ocasional de patetice, no meio da crise em que estamos, alguns resolveram evocar negativamente essa figura maior da nossa história recente chamada Vasco Gonçalves. Retenho e assinalo dois casos que até metem dó.

O primeiro é o Pedro Adão e Silva (nascido em 1974), prometida estrela ascendente da equipa de Ferro Rodrigues que depois deixou de brilhar, que aqui teve o desplante de escrever que «Desde Vasco Gonçalves que Portugal não era governado por gente tão perigosa.»

Por mim, resolvo este caso, lembrando ao socialista Pedro Adão e Silva que lhe bastaria consultar a Wikipédia ou o portal do governo para ficar a saber que, em três dos quatro governos dirigidos por Vasco Gonçalves participaram membros do PS tão desconhecidos como Mário Soares, Almeida Santos, Jorge Sampaio, João Cravinho e tantos, tantos outros.

O segundo caso, a roçar a infâmia, diz respeito ao facto (devidamente comprovável aqui aos 41 m. e 40 s.), de, no programa Hotel Babilónia da Antena Um em 22.9., em diálogo com João Gobern (que assumiu uma diferente opinião), falando a respeito da recente atitude de Maria Teresa Horta, o jornalista Pedro Rolo Duarte (nascido em 1964) ter afirmado o seguinte : «o passado político de Maria Teresa Horta recomenda alguma prudência em relação a políticos e em relação ao país. É que não é demais lembrar que Maria Teresa Horta era militante do Partido Comunista quando Vasco Gonçalves era primeiro-ministro».

Temos assim Vasco Gonçalves, primeiro-ministro de um período em que se registou um assinalável melhoramento das condições de vida da população, segundo o meu pai porque eu só tinha 11 anos, comparado com Passos Coelho primeiro-ministro de ano e meio de empobrecimento geral nunca visto, segundo o meu testemunho directo e pessoal.

E. já agora, é bom que os leitores saibam que quem disse esta enormidade é a mesma pessoa que, nos seus tempos do DNa (1996-2006), volta não volta, evocava com tranquilidade e sem acrimónia a sua juvenil passagem pelas juventudes comunistas.

Quando falei destes dois casos ao meu pai, o que ele me disse enfastiado foi apenas : «olha, filho, se escreveres sobre isso, diz a esses dois pigmeus que o que eu mais quero é que eles se f_ _ _ _  !»|