19 de maio de 2012

Adiante por uma sociedade de espiões !



Se, como o Conselho de Redacção do «Público» veio dizer, Miguel Relvas, além da ameaça de blackout ministerial ao jornal, também ameaçou divulgar na Net aspectos da vida privada da editora de política nacional daquele jornal, cabe fazer uma inocente pergunta: a que propósito, como e por que vias sabe o ministro da vida privada de jornalistas portugueses ?

Como não é suposto que o atarefado ministro se possa dar ao luxo de andar a vigiar jornalistas, mesmo que sejam apenas os editores de política nacional, e tendo em conta uma história de sms e clippings recebidos por Relvas dos serviços de informações, então parece que branco é, galinha o põe.

Como amor com amor se paga, podia-se, mesmo sem o desejar, conceber uma bela retaliação: era os jornalistas passarem a a esmiuçar a vida privada dos ministros e outro importante pessoal do governo. 

E, de parada e resposta para resposta e parada, assim rumaríamos para esse edificante horizonte de uma sociedade de espiões. Amén. 





18 de maio de 2012

Sim, eu quero obrigar os autores do "Manifesto para uma Esquerda Livre"a tomar posição




Li ontem na imprensa que um dos autores do «Manifesto para uma Esquerda Livre" declarou que vêm à tona de água entre outras coisas para obrigar as forças de esquerda «a tomar posição». E também ontem vi na Sic Notícias, outro autor, Rui Tavares, a chorar-se que as forças de esquerda está cada uma «entrincheirada» e a pensar no seu nicho eleitoral e que é por isso que não se entendem.

Porque suponho que a obrigação de «tomar posição» quando nasce é para todos, permito-me perguntar aos autores do petulante Manifesto:

- V. Exas., considerando os eixos fundamentais e estruturantes da governação Sócrates, são capazes de me dizer a quais é que deram o seu aval, acordo ou aplauso ?

- estou enganado ou muitos de vós criticaram tanto como eu, e por vezes, com mais aspereza, numerosas orientações e medidas da governação do PS e em termos que convergiram muitas vezes com as críticas do PCP e do BE ?

- não lhes treme a alma a V. Exas. virem lamentar-se  olimpicamente da falta de entendimento entre PS de um lado e PCP e BE numa época marcada pela assinatura e apoio ao acordo com a troika, pela aprovação do Tratado Orçamental e pela  aprovação das novas leis laborais, tudo com o voto a favor  ou abstenção violenta do PS e tudo com o voto contra do PCP e do BE ?

- pegando nestes breves exemplos, não querem V. Exas. oferecer generosamente ao país a solução mágica para resolver desentendimentos e diferenças desta importância e significado ?.


Desde já grato pelas respostas directas e francas, desejo a V. Exas. a continuação de uma feliz estadia nas nuvens.

9 de maio de 2012

Se lá nevasse, fazia-se lá ski



Definitivamente há coisas que não devem ser toleradas nem deixar passar em claro. É o caso de umas passagens na crónica de Rui Tavares hoje no Público sobre a Grécia. O autor dá nota que o Syrisa (52 deputados) já conseguiu o apoio da Esquerda Democrática 19 deputados) e «até garantiu pontos de entendimento com com os Gregos Independentes (anti-troika do centro-direita)» que têm 33 deputados.


A seguir escreve, mas logo a seguir se vai esquecer, que «Claro, Tsipras teria também de ter o apoio do PASOK (pró-troika, de centro esquerda» com 41 deputados.

Conhecendo-se o histórico da coisa grega, seria suposto que Rui Tavares nos viesse dizer que aqui é que está o busílis ou a quadratura grega do círculo.

Mas não, Rui Tavares prefere lembrar que o Partido Comunista Grego (26 deputados) já recusou qualquer aliança como Syrisa, concluindo espantosamente (tenha-se em conta o que escrevi sobre o PASOK) que «é assim o KKE atirará de novo o seu país para os braços da troika, de Merkel e da austeridade mais cruel».

Ora, é legítimo que se tenha dúvidas, se discorde ou concorde com a atitude e orientação do KKE mas isso é uma coisa e outra muito diferente é atribuir-lhe responsabilidades que, mesmo no quadro do pensamento e dos factos expostos por Rui Tavares, só se pode basear num raciocínio feito a contar com o ovo no cú de um galo, ou seja, o apoio do PASOK a uma solução governativa dirigida pelo Syrisa.

6 de maio de 2012

Jerónimo de Sousa foi substituído mas ainda não sabe...



No Público de hoje, Paulo Trigo Pereira, um omnipresente economista do estabelishment austeritário, entre outras pérolas, sentencia a dado momento que «no mesmo dia, em Lisboa, o líder comunista e secretário-geral da CGTP cumpre o ritual da manifestação do Dia do Trabalhador, com críticas ao memorando da troika por pôr em causa a democracia e a soberania nacional, esquecendo que foi a quase bancarrota nacional o motivo da perda da soberania.»

Lido isto, apenas três caridosas observações:

Uma para agradecer a Paulo Trigo Pereira a novidade, ignorada por todos os media, de que Jerónimo de Sousa já não é o "líder" do PCP mas sim Arménio Carlos.

Outra para manifestar pena por Trigo Pereira não ter tido espaço para nos explicar se foi o PCP ou a CGTP que estiveram nos governos  que levaram à «quase bancarrota nacional».

E outra ainda para perguntar a Paulo Trigo Pereira quando é que nos deixa em paz com o seu  cansativo "ritual" de artigos sempre e sempre no mesmo sentido.

2 de maio de 2012

Ai Garcia Pereira, de cada vez que falares na televisão, vou-me lembrar desta



Meio aparvalhado e meio surpreso, encontrei hoje em Lisboa este inesquecível cartaz afixado nas paredes:



Se alguém ainda não percebeu, o que este cartaz anunciou foi que, à hora da manifestação da CGTP do 1º de Maio, a sobrevivente rapaziada do MRPP se reunia num hotel em Lisboa.

É obra, carago !